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Maniqueísmo - Totó

Gonzaga Mota*
Sabemos da importância dos aspectos monetários na formação do pensamento e das atitudes de muitas pessoas, ao longo do tempo. Estudiosos, cientistas e filósofos abordaram tal comportamento à luz de princípios políticos, éticos e morais. Assim aconteceu na antiguidade, com Sócrates e Aristóteles, na segunda metade do século XIX, com Marx e Engels, e mais recentemente com Max Weber, dentre outros. 

Lamentavelmente, nos dias atuais, a exacerbação do pragmatismo político está ocupando espaço das opções de ideias, o que nos confunde e aumenta as dúvidas relacionadas com a existência e a verdade, analisadas por Jean Paul Sartre. Acreditamos serem as manifestações pragmáticas influenciadas pelo maniqueísmo direita e esquerda, pela ânsia de poder, pela falta de solidariedade, pelo individualismo e por sentimentos materialistas. O Estado existe não para ser opressor, tampouco de direita ou de esquerda, mas para assegurar os princípios básicos da democracia. 

Precisamos nos voltar para o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos indicadores de um mundo social baseado nos conceitos de justiça e de igualdade de oportunidades. Ademais, concordamos que um líder não se faz por mecanismos artificiais, mas pelo reconhecimento livre e soberano do seu povo. Forçar o surgimento de uma liderança, usando segmentos da falsa mídia e "marqueteiros" gananciosos poderá gerar uma farsa administrativa e política. Aqueles que assumem um cargo na vida pública pensando em fazer negócios e não trabalhar pelo povo, não são democratas: são tiranos enrustidos, dominados pela corrupção.

*É membro da  Academia Metropolitana de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará 

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