domtotal.com Por Lucetta Scaraffia* Se o Jubileu do ano 2000 foi o triunfo das multidões e, em certo sentido, o da Igreja, isto é, de uma instituição que – única no mundo – existe ininterruptamente há quase 20 séculos, o Ano Santo extraordinário de Francisco nasce desde já em tom menor. Ao menos do ponto de vista das multidões, das cerimônias, do sucesso midiático. Assim desejou o papa, que, pela primeira vez, convocou um jubileu "temático", no qual as portas santas que irão garantir a salvação depois da morte serão milhares, e as aberturas por parte do próprio pontífice se multiplicarão, tirando, de fato, a prioridade absoluta que a de São Pedro sempre teve. Em uma praça blindada, diante de um número de fiéis certamente reduzido pelo medo de atentados, Francisco repetiu o rito com o qual, na realidade, ele já inaugurou o Ano Santo há dez dias na África, atravessando a pobre porta de madeira da catedral de Bangui. Lá, a invocação ao perdão e à misericórdia tinha
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza