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João Bosco finaliza comemorações de 70 anos do Sesc

A banda subiu ao palco no final da tarde do domingo (18) no palco do Parque Municipal.


O baterista Kiko Freitas falou sobre sua parceria com João Bosco.

O baterista Kiko Freitas falou sobre sua parceria com João Bosco.
Por Larissa Troian
Repórter Dom Total

Na tarde deste domingo (18), João Bosco e banda subiram ao palco do Parque Municipal para finalizar a comemoração dos 70 anos do Sesc. Kiko Freitas, renomado baterista que acompanha Bosco há 17 anos mesmo após várias mudanças na banda oficial, nos concedeu entrevista contando sobre sua carreira pessoal, a parceria com João Bosco, sua relação com a admiração das crianças com seu trabalho, além da sensação de tocar em Minas. Confira:
Dom Total: Como e quando você descobriu a bateria? Você tem acesso a outros instrumentos musicais?
Kiko Freitas: Eu venho de uma família de músicos: minha mãe cantava muito bem, meu pai, Telmo de Lima Freitas, é um compositor muito importante na música regional do sul. Ele toca tanto violão como acordeom, gaita de oito baixos, todos os instrumentos regionais do sul, além de cantar. Para completar, tive a influência dos meus avós poetas. Minha casa sempre foi efervescente na cultura, então desde muito pequeno, mais ou menos com três anos, eu já estava tocando alguns instrumentos típicos lá do sul. Depois disso, meus primos e minha irmã formaram uma banda dentro do nosso grupo familiar, e eu comecei a tocar contra baixo. Ate então o namorado da minha irmã era o baterista, mas começou a faltar em muitos ensaios por estar na aeronáutica. Nisso eu já estava encantado com a bateria, pois eu já tocava percussão antes. Foi então por volta dos 12 anos, nessa banda, que comecei realmente a assumir a bateria. Por volta dos oito anos de idade eu estudei violão também e depois surgiu o contrabaixo, com mais ou menos 11 anos. Eu continuei também com esses instrumentos e uso dessa sabedoria para compor e ter uma noção de harmonia.
Dom Total: Quais foram os nomes que mais te influenciaram e ainda influenciam sua trajetória musical?
Kiko Freitas: Muitos nomes me influenciaram. Posso citar os principais, na bateria especificamente: Buddy Rich, Jimmy Krupa, Nenê, Robertinho Silva, Pascoal Meireles e Paulo Braga, entre vários outros.
Dom Total: Você tem um livro lançado, o “Toque Junto Bossa Nova”. Conte-nos um pouco sobre ele!
Kiko Freitas: O livro Toque junto Bossa Nova surgiu com a ideia de homenagear os 50 anos da Bossa Nova. Na época, o Almir Chadiak que ainda era vivo, tinha a editora Lumiar. Ele nos chamou pra fazer esse projeto, que seria tocando musicas de Tom Jobim só que com a nossa interpretação mais contemporânea. Do corpo do livro viriam as partituras e as forma como estávamos interpretando determinada musica. São 3 livros simultâneos: da bateria, do baixo e do violão. Fizemos isso de uma forma didática. Porém, nesse meio tempo, o Almir foi tragicamente assassinado e o livro ficou engavetado. Quando passou um pouco dos 50 anos da Bossa Nova ele finalmente saiu pela editora Irmãos Vitale.
Dom Total: E a parceria com o João Bosco? Como começou?
Kiko Freitas: Eu toco com o João Bosco há 17 anos. Na verdade eu fiz um show com Vitor Ramil. Em um desses shows, o Nico Assumpção que é um dos maiores contrabaixistas de todos os tempos fez participação. Ele gostou de mim e começou a me convidar para fazer vários trabalhos no Rio, na época eu ainda morava em Porto Alegre. Um desses trabalhos foi o convite para entrar na banda do João Bosco, isso foi em 99. Desde que eu entrei, eu fui o único músico que ficou. Toda a formação mudou, mas eu continuei.
Dom Total: Você tem vários fãs mirins que te admiram e se inspiram em você para dar entrada no meio musical. Como você se sente em relação a isso?
Kiko Freitas: Eu recebo muitas cartas de crianças e isso é uma coisa que me deixa muito feliz. A criança tem uma sensibilidade muito diferente, não tem aquele julgamento, aquela dualidade de o que é certo e o que é errado, normalmente elas gostam das coisas simplesmente por gostar. Eu fico muito feliz, sou presenteado até com bichos de pelúcia que representam meu signo (leão). Procuro sempre dar atenção a elas!
Dom Total: Por fim, qual a representatividade de tocar em Minas?
Kiko Freitas: Eu gosto muito de Minas, essa coisa do barroco, eu sou muito encantado com isso. Sou apaixonado por Ouro Preto. Minas tem uma coisa diferente com a música, as pessoas são mais calorosas, receptivas e sensitivas, então pra mim tocar em BH é sempre muito bom. Eu sempre sinto aquela atmosfera do Clube da Esquina, dos grandes músicos daqui e acho que aqui as pessoas compreendem a arte de uma forma diferente.

Redação Dom Total

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