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Dia da Inclusão Social conscientiza sobre direitos humanos

Denise Claro
Da redação

O Dia da Inclusão Social será comemorado neste sábado, 10. O objetivo da data instituída em 2008 é promover e conscientizar toda a sociedade sobre a importância dos direitos humanos e sua efetividade.
De acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira tem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que corresponde a quase 24% do total da população do país.
Diego de Almeida, sociólogo./ Foto: Unisal.
Diego de Almeida, sociólogo./ Foto: Arquivo Pessoal.
Para o sociólogo Diego de Almeida, a importância da data está na promoção da dignidade humana. “O Dia da Inclusão Social é importante para fazermos um momento de reflexão sobre como podemos contribuir nesse processo de democratização dos diferentes espaços para aqueles que não possuem acesso direto a eles.”
Sobre o conceito de inclusão social, o especialista afirma ser amplo, mas que está baseado em ações que reduzam ou combatam a exclusão.
“Incluir socialmente é dar e garantir condições para que uma pessoa possa, de maneira livre e independente, ter o mesmo acesso que outras aos serviços e benefícios da vida em sociedade. Mas não basta pensar a inclusão social apenas sob a ótica das necessidades e simplesmente criar mecanismos ou facilidades compensatórias aos excluídos. É preciso ir além, mais que uma reforma, é preciso uma revolução no modo como enxergamos o excluído, que não deve ser objeto de pena ou dó e sim de respeito e consideração como ser humano e cidadão que é”, enfatiza o sociólogo.

Clicando em prol da inclusão

Giulia Wenceloski, fotografada para o Projeto Estrelinha / Foto: Viviane Bachega
Giulia Wenceloski, fotografada para o Projeto Estrelinha / Foto: Viviane BachegaGiulia Wenceloski, fotografada para o Projeto Estrelinha / Foto: Viviane Bachega
A fotógrafa paranaense Viviane Bachega encontrou meios de, através de sua vocação, ajudar na promoção de crianças com alguma deficiência e suas famílias. “Percebi que nas redes sociais, na mídia, raramente apareciam pessoas com deficiência. Como meu foco era fotografia infantil, comecei a pesquisar os motivos: os pais, na sua grande maioria, têm custos elevados com tratamentos, escolas, medicações. A fotografia acaba sendo supérfluo nesse momento. E foi ai que pensei: por quê não fazer fotos gratuitamente para essas famílias?”
A partir daí, Viviane criou o Projeto Estrelinha, com uma rede de fotógrafos voluntários em todo o Brasil que dedicam cerca de 1 hora de ensaio por família. Cada uma delas recebe depois as fotos tratadas e em alta resolução via web, gratuitamente. Até agora já foram feitos mais de 600 ensaios especiais.
Juliana Miranda pertence ao grupo de 75 fotógrafos do projeto e explica o motivo de ter aderido à causa. “É nosso papel contribuir e promover a inclusão, todos nós portamos a necessidade de nos sentirmos acolhidos em qualquer grupo que seja, somos todos iguais e merecemos ser tratados assim. A fotografia ajuda na auto-estima e traz alegria para esse grupo especial de crianças, sendo também um coadjuvante no processo de tratamento de alguns distúrbios de socialização, abrindo uma janela para o mundo.”

Inclusão no Mercado de Trabalho

Acolhidos pela Fundação Padre Emílio Ilmmoos, em Avaré, em atividade artística./ Foto: Divulgação
Acolhidos pela Fundação Padre Emílio Ilmmoos, em Avaré, em atividade artística./ Foto: DivulgaçãoAcolhidos pela Fundação Padre Emílio Ilmmoos, em Avaré, em atividade artística./ Foto: Divulgação.












É normal pensar a inclusão em um ambiente educacional, mas ela acontece de diversas formas e nos vários setores da sociedade. A Lei Federal nº 8.213/91 (Lei de Cotas) obriga as empresas com mais de 100 funcionários a incluírem pessoas com deficiência (PcD) ou beneficiário reabilitado no seu quadro de efetivos.
Uma empresa com até 200 funcionários deve ter em seu quadro 2% de portadores de deficiência (ou reabilitados pela Previdência Social); as empresas de 201 a 500 empregados, 3%; as empresas com 501 a 1.000 empregados, 4%; e mais de 1.000 empregados, 5%.
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais  (RAIS – 2012), 330 mil pessoas com alguma deficiência estão no mercado formal de trabalho, o que corresponde a 0,70% do total de vínculos empregatícios.
Os psicólogos Fabiana Toledo e André Henrique Thereza atuam na Fundação Padre Emílio Ilmmoos, de Avaré (SP), que atende pessoas do sexo masculino com deficiência intelectual. A entidade conta com equipe multidisciplinar composta por psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, educadores, além de ajudar os atendidos a serem inseridos no mercado de trabalho.
“Dos que atendemos aqui, hoje 12 estão trabalhando com CTPS registrada. Também promovemos apadrinhamento afetivo com membros da sociedade, passeios aos lugares públicos, acompanhamento dos acolhidos que residem fora da Instituição, em um projeto de inserção social e incentivando cada acolhido em seu potencial, para que se envolva e sinta-se pertencente à sociedade, alguns chegando até mesmo à desinstitucionalização.”, explicam os especialistas.
Para os psicólogos Fabiana e André, é importante “voltar o olhar às pessoas com deficiência como quem olha o ser humano, e não o rótulo imposto socialmente. Incluir é trazer para o meio, e para trazer para o meio é preciso reconstruir nosso olhar. Promover a inclusão social é enriquecer a vida de todos por meio das diferenças.”
Canção Nova

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