Grecianny Carvalho Cordeiro* "Nós estamos agora no paraíso. Antes, viver aqui era um inferno. Não tínhamos paz nem liberdade. Não se podia andar com o celular ou qualquer bolsa, não se podia chegar tarde ou sair cedo demais, os assaltos eram constantes. Ninguém tinha paz. Todos os dias acontecia um roubo e quase sempre alguém morria. Cansei de ver mães chorando pelo filho com o corpo caído no meio da rua. Hoje, nós podemos andar livremente, chegar e sair. Não se tem mais confusão e toda briga é logo cessada. Não tem mais briga de gangue, todos podem andar de uma rua a outra, de um bairro a outro sem medo de ser assaltando ou morto. Hoje, tudo mudou. E pra melhor. Me sinto seguro morando na favela e todos também se sentem assim. E não sou traficante nem bandido. Trabalho honestamente e vivo do que ganho. Nunca pensei que a favela fosse ficar assim. Mas tem uma coisa, todos têm que seguir regras. Para o cidadão, essas regras não custam nada. Mas para um bandido, as regras não
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza