Há 120 anos, acontecia o estopim para um dos conflitos mais sangrentos da história brasileira. A Guerra de Canudos tem suas raízes fincadas em Quixeramobim, cidade natal do beato e líder Antônio Conselheiro Foi promessa e nece ssidade. A igreja maior, nunca concluída, abrigaria a multidão de fiéis que passava de 20 mil, em Belo Monte. A madeira paga e encomendada em Juazeiro da Bahia não chegou ao destino, e o ajuntamento para ir buscá-la fez correr como pólvora o falatório: os conselheiristas iriam invadir Juazeiro. Ou nem iam, mas, até que se explicasse, já havia sido pedida a presença da tropa militar. O embate em Uauá, num dia 7 de um décimo primeiro mês, há 120 anos, inaugurou a guerra, a de Canudos, e principiou a resistência sertaneja sobreposta pelo massacre. Foi o estopim, mas não foi motivo único. O desenrolar das birras de Igreja, coronelismo e Estado com Antônio Conselheiro, o beato dito louco, já contava mais de um par de décadas. E as raízes se fincam 700 km distante
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza