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Acontece hoje o evento de lançamento da edição número 36 da Revista Entrevista, um dos mais tradicionais trabalhos do curso de Jornalismo da UFC

Acontece nesta terça-feira (28), a partir das 19h, no Auditório Raquel de Queiroz - localizado no Centro de Humanidades II da Universidade Federal do Ceará - o evento de lançamento da edição número 36 da Revista Entrevista, um dos mais tradicionais trabalhos do curso de Jornalismo da UFC.

A publicação - promovida pelo curso desde agosto de 1992 - desta vez assume um caráter particular: pela primeira vez, todas as entrevistadas são mulheres. Seguindo esse princípio, foram escutadas e perfiladas a cantora e jornalista Mona Gadelha; a cantora Kátia Cilene; a fotógrafa Karine Garcêz; a apresentadora Lena Oxa; e a jornalista Erilene Firmino.

De acordo com o jornalista Ronaldo Salgado, professor, idealizador e orientador do projeto, fazer a revista vir à luz com essa proposta diferenciada de recorte das personagens, pode contribuir para um maior olhar da sociedade quanto à pauta que está sendo reforçada no momento atual.

"A própria liberdade com que se escolheu o rol de entrevistados para a edição referenda essa possibilidade de empoderamento da mulher. A revista, então, ajuda a consolidar a importância feminina na contemporaneidade, além de ser inovadora, já que - dentre as mais de 170 entrevistas que foram realizadas ao longo dos anos - esta é a primeira vez que trazemos apenas mulheres", salienta.

Comemoração

Para além da singularidade já mencionada, a publicação chega com outro diferencial: celebra os 25 anos da revista. Perguntado, então, sobre a amplitude que a mesma ganhou com os anos em atividade, Ronaldo Salgado é enfático.

"Acredito que 25 anos foi tempo suficiente para que o projeto se tornasse um produto maduro, estável, do ponto de vista de uma produção jornalística. Como orientador do projeto, sinto-me satisfeito em fazer parte desse capítulo histórico da UFC", afirma.

Esse, aliás, é o sentimento que brota no profissional ao olhar para trás e ver o quanto a Revista ajudou a formar muitos jornalistas que hoje integram a imprensa local e nacional. "Ela possibilita, na vida de quem participa, não apenas o cuidado com a técnica jornalística em si, mas o desenvolvimento da responsabilidade social, da ética e do respeito para com as fontes", pontua.

Percepção

Sobre a ideia de enfocar apenas as trajetórias de mulheres, Claryce Oliveira, uma das entrevistadoras da edição, explica que o sentimento brotou a partir de uma curiosa percepção.

"Tendo acesso à última edição publicada, uma aluna percebeu que o número de mulheres entrevistadas era muito menor que o de homens, chegando até a calcular a diferença percentual: no total, as mulheres eram menos de 20% das fontes", contextualiza. "Decidimos a partir disso, então", completa.

Já a respeito da possibilidade de acessar a vida das pessoas contempladas com o projeto, a estudante comenta: "O sentimento que fica ao fazer parte de uma revista como a Entrevista é o mais simples e significativo que um estudante pode pedir: o da construção de um legado. Saber que um trabalho como esse pode alcançar tantas pessoas de diferentes formas reproduz um sentimento de grande gratificação, principalmente por ter revivido a história de cada uma das mulheres de perto", finaliza.

Diário do Nordeste

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