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As mostras "Coleção Airton Queiroz" e "Leonilson: arquivo e memória vivos" permanecem mais um mês em cartaz

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Na mostra "Leonilson: arquivo e memória vivos" o caráter da curadoria foi mais retrospectivo Para organizar a disposição das 257 obras da Coleção Airton Queiroz, a curadoria montou a exposição em torno de cinco eixos temáticos, que percorrem cinco séculos de artes visuais no País; o acesso a todo esse acervo é gratuito ( Fotos: Fabiane de paula )
As obras da exposição "Coleção Airton Queiroz" e da mostra "Leonilson: arquivo e memória vivos" permanecerão em cartaz por mais um mês. Até o dia 9 de julho, cerca de 380 criações artísticas - 257 da coleção, mais 120 de Leonilson - estarão disponíveis para apreciação do público no Espaço Cultural Airton Queiroz, da Universidade de Fortaleza (Unifor). A visitação é gratuita.
Ainda neste mês, no dia 30, a mostra com as obras de José Leonilson (1957-1993) contará com o lançamento do catálogo raisonné, baseado na produção do cearense. É a primeira publicação do tipo dedicada a um artista contemporâneo brasileiro (um levantamento preciso e muito específico a respeito da criação de Leonilson). A iniciativa conta com o patrocínio da Fundação Edson Queiroz.
O lançamento acontecerá às 9h, na Biblioteca Central da Unifor, com entrada franca. A ocasião contará com a fala de Ana Lenice Dias (irmã do artista e presidente do Projeto Leonilson), de membros da gestão da Unifor, além de um coquetel e da continuidade da exposição das obras.
Já a Coleção Airton Queiroz completa um ano em cartaz. A exposição foi aberta em 15 de junho do ano passado, começando com a exibição de 254 obras. São cinco séculos de arte, do barroco à arte contemporânea, divididos em núcleos temáticos: "Do Brasil Holandês à República", "Modernismo", "Abstração", "Contemporâneos" e "Presença Estrangeira".
A permanência da coleção em cartaz durante um ano oferece novas oportunidades ao público de conferir cinco exposições, autônomas e completas, em uma só. O prazo inicial de encerramento era fevereiro; agora, o acervo segue à disposição para que apreciadores possam, inclusive, retornar mais de uma vez, a fim de contemplar toda a extensão e apelo do material. Ao todo, as obras ocupam um espaço de 2,4 mil metros quadrados.
Dentro da programação do Espaço Cultural Unifor, é possível fazer um paralelo com a exposição "Trajetórias" (2013), que também permaneceu um ano inteiro em cartaz e marcou os 40 anos de fundação da universidade.
Acréscimo
Desde a abertura, as obras "Venezia, Palazzo Ducale" (Giorgio De Chirico, 1958), "Mulammir XIII" (Omar Rayo, 1972) e uma sem título, de François Morelet (1971), foram integradas ao acervo em exposição da Coleção Airton Queiroz.
Uma variedade de técnicas artísticas e estéticas visuais envolve o conjunto de mais de 250 trabalhos. Artistas e movimentos criativos da Europa e da América Latina, incluindo o Brasil, estão representados. Essa amplitude parte de referências consagradas no meio artístico, como Salvador Dalí e Marc Chagall. E passa por nomes da arte brasileira (e da produção que se inspirou no processo histórico do Brasil), como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Cândido Portinari, Lygia Clark, Willys de Castro, o cearense Sérvulo Esmeraldo (falecido aos 87 anos, no último mês de fevereiro), Tomie Ohtake, Hélio Oiticica e Alfredo Volpi.
Nomes da arte contemporânea também encontram assento na mostra, a exemplo de Adriana Varejão e Beatriz Milhazes (ambas tiveram, recentemente, individuais dentro da programação do Espaço Cultural); Vik Muniz, Leda Catunda e o próprio Leonilson.
Uma equipe de curadores ficou responsável pela seleção, junto à coleção do chanceler Airton Queiroz, para disponibilizar os cinco eixos temáticos da mostra. Fábio Magalhães, museólogo e ex-curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (MASP); o crítico de arte José Roberto Teixeira, referência no estudo da produção artística do Brasil Holandês; e o fundador da Pinakotheke Cultural, o crítico e curador de arte Max Perlingeiro levantaram o acervo.
Leonilson
A mostra "Leonilson: arquivo e memória vivos", por sua vez, traz um caráter retrospectivo. A seleção inclui obras inéditas do artista contemporâneo cearense, e outras há muito tempo não expostas. Sua abertura, no último dia 14 de março, pontuou os 60 anos do nascimento de Leonilson (1º de março de 1957) e os 24 anos de pesquisa sobre a obra, articulada pelo Projeto Leonilson.
A curadoria é de Ricardo Resende, do Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro (RJ). Ex-diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, indicou obras de acervos de instituições espalhadas pelo Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE) - a exemplo das coleções da própria Fundação Edson Queiroz e do MAC. A seleção foi feita, também, junto a acervos privados.
A montagem parte da primeira obra de Leonilson, "O Peixe" (1971), até o fim de sua vida, em 1993. O período mais intenso e consistente de sua produção, quando o cearense se assume como artista, segundo o curador, data de 1980 a 93. Desse recorte, a mostra na Unifor traz obras como a pintura "O Peão" (1987), e a escultura do vulcão "Boa Viagem" (1986).
A exposição levou a uma ampliação de 539 metros quadrados do Espaço Cultural Unifor, conciliando os acervos de Leonilson e da Coleção Airton Queiroz.
Mais informações:
Exposições "Coleção Airton Queiroz" e "Leonilson: arquivo e memória vivos". Em cartaz até 9 de julho, no Espaço Cultural da Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz). Visitação: de terça a sexta, de 9h às 19h; aos sábados e domingos, de 10h às 18h. Aberta ao público. Contato: (85) 3477.3319
Diário do Nordeste

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