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Thiago Delegado: músico de grandes projetos

Thiago é precursor do "DelegasCia" e "A Hora do Improviso"
Em entrevista exclusiva ao Dom Total, o músico contou um pouco mais sobre sua carreira, projetos e parcerias.
Em entrevista exclusiva ao Dom Total, o músico contou um pouco mais sobre sua carreira, projetos e parcerias. (Reprodução)

Por Larissa Troian
Repórter Dom Total
Violonista, compositor e arranjador, Thiago Delegado vem mostrando seu valor ao longo dos anos. Resultado disso são suas premiações no BDMG Instrumental de 2011, Jovem Instrumentista BDMG 2009, Prêmio Marco Antônio Araújo 2011 – O melhor disco instrumental independente de 2010 produzido em Minas Gerais, entre outros.
Em entrevista exclusiva ao Dom Total, o músico contou um pouco mais sobre sua carreira, projetos e parcerias. Formado em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações, Thiago tocava violão nas horas vagas: “Eu gostava de tocar violão, mas violão de faculdade mesmo, acompanhando, não tinha pensado em ser músico. Aí eu frequentava um lugar que chama Pedacinhos do Céu, tradicional do Choro, lá no Caiçara. Um dia o dono de lá viu que eu gostava de violão e me pediu para que quando eu formasse, o procurasse para conhecer alguns choros. Fui na casa dele, ele me aplicou uns choros, eu também sabia ler cifra, coisa que aprendi através de songbooks. Foi então que ele me chamou para tocar lá no Pedacinho do Céu aos finais de semana. A música foi entrando devagarinho na minha vida, ao passo que fui abandonando a engenharia. Mesmo formado, nunca atuei na área”.
Indagado a respeito de suas influências musicais, Thiago revelou que ouvia muita música em casa, com a família: “A gente ouvia muito Chico, Tom Jobim, Paulinho da Viola, Cartola. Como fui criado em Caratinga, a gente viajava muito e sempre escutava durante as viagens. Minha mãe gostava muito dessa coisa da MPB da década de 60 e 70. A música instrumental, inclusive, veio bem depois na minha vida, fui criado com a música popular brasileira mesmo”.
Com grandes colegas musicais como o letrista Murilo Antunes, o artista contou como surgem essas parcerias: “Eu gosto de ser parceiro dos meus amigos, a gente tem que ter a liberdade para falar que não está gostando de alguma coisa. Se fizer alguma parceria com alguém desconhecido fica mais difícil, as vezes o camarada faz uma letra para uma música sua que fica esquisita, mas aí você não tem liberdade para falar pois ele não é seu amigo. Então essa coisa da parceria vem da amizade mesmo, sou parceiro dos meus amigos”.
Precursor de um projeto de música instrumental brasileira intitulado DelegasCia, que acontece todos às quintas, na Casa de Cultura (Padre Marinho, 30 – Santa Efigênia), Thiago falou sobre como tudo começou: “No início era Delegas Trio. Surgiu mais ou menos dois anos após eu sair do Pedacinhos do Céu, que fiquei meio órfão. Eu comecei a tocar com a galera do samba, mas eu estava acostumado com aquele ritmo semanal, coisa que é boa para mim que não fiz escola de música, então minha escola era tocando na noite. Foi aí que procurei o Fernandinho, lá da Casa e sugeri que eu e mais dois amigos começássemos a tocar lá. Esse projeto começou na quarta-feira, depois mudou para quinta. Foram várias formações e a de agora está muito legal, que somos eu, André Limão, Christiano Caldas e Aloizio Horta. Já fazem 9 anos que demos início ao projeto”.
Além do DelegasCia, Thiago apresenta também o “A Hora do Improviso”, talk show da rádio Inconfidência: “Eu falo muito, sempre gostei muito de comunicar, conversar. Então tive essa ideia de ao invés um jornalista entrevistando, um músico entrevistando outros músicos, com instrumento na mão, tocando as músicas e conversando. É um talk show de uma hora, então conta a vida do camarada, a história. Fiquei com isso na cabeça e comentei com o Tutti Maravilha sobre a possibilidade e ele sempre me incentivou muito a fazer. Procurei a diretoria da Inconfidência e depois de um tempo, consegui. Eu estou muito feliz com o programa, já estamos no meio da segunda temporada”.
Thiago ainda revelou que seus prêmios são superimportantes especialmente pelo fato de não ter formação em música: “O mais legal para mim é isso, esses prêmios ficam como se fossem diplomas, alguma coisa que corrobora o fato deu estar lidando com a música, algum título musical, já que sempre fui muito autodidata. Foram todos incentivos para que eu pudesse continuar no meu caminho musical”.
Finalizando a entrevista, o músico mandou um recado aos futuros violonistas que estão chegando: “Não tenham medo de errar. Acho que o pessoal tem muito medo de errar e fica se preparando demais para o momento. Tem que ir lá e fazer, não ter medo de compor, de entrar nas rodas de choro e samba. Música é troca, então é importante também trocar figurinhas com outros músicos. É fundamental estudar para caramba, mas o mais legal é trocar experiências, conhecer o trabalho do outro e mostrar o seu”.

Redação Dom Total

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