Pular para o conteúdo principal

Amigos e admiradores destacam a vida e obra de Francis Vale

O cineasta, compositor e escritor paraense Francis Vale morreu em Fortaleza, na madrugada desta sexta, 8, vítima de um câncer. Ele construiu grande parte da carreira no Estado e é considerado um nome fundamental na história e na produção cultural local, com atuação no cinema, com documentários como "Dom Fragoso" (sobre o religioso paraibano) e "Trem da Alegria" (seu mais recente trabalho, que fala sobre o time de futebol de mesmo nome que enfrentou a ditadura), e na música (tendo sido um nome importante na época do chamado Pessoal do Ceará, que reuniu nomes como Belchior, Fagner, Téti e Rodger Rogério, e atuado como compositor).
O secretário da cultura de Fortaleza, Evaldo Lima, destacou a importância de Francis. “Ele é um homem fundamental para a cultura do Ceará. Me ensinou muito, foi meu mestre em ética, estética, cinema, literatura, poesia. É uma perda extraordinária, inestimável”, afirmou em entrevista ao O POVO, por telefone. Em nota, o prefeito Roberto Cláudio lembra o nome do cineasta como “um irrequieto e propositivo agente da nossa cultura cinematográfica” e defensor de “um cinema que mergulhasse profundamente na nossa história e defendesse de forma aguerrida os valores de nossa gente”, destacando ainda a militância do paraense.
O secretário da cultura do Estado, Fabiano Piúba, destacou a atuação de Francis na época da ditadura militar. “Ele era, sobretudo, um guerreiro. Quando jovem, combateu veementemente e politicamente com sua arte os desmandos dos militares. Ele nos deixa um legado muito importante, sua última lição, que é de lutar até o fim”, afirmou Fabiano.
Curador do Cineteatro São Luiz, Duarte Dias ressaltou a importância profissional de Francis, mas, em especial, a sua amizade com  cineasta. "Era uma relação próxima. Militamos juntos nas entidades de classe do audiovisual,trabalhamos na formulação de algumas iniciativas em torno da atividade audiovisual no Ceará. Para além da convivência em torno da atividade profissional, fundamentalmente eu perdi um amigo, alguém que eu admirava muito. Um ser humano generoso, que não fugia aos embates necessários”, lamentou Duarte.
JOÃO GABRIEL TRÉZ
O Povo

Comentários