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Cearense é uma das vencedoras de concurso nacional de Astronomia

Alice Maria faz o 7º ano do Ensino Fundamental II (FOTO: Divulgação)
A aluna Maria Alice Santos Mesquita da Silva, do 7º ano do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB), foi uma das três vencedoras do Concurso de Astronomia para Estudantes promovido este ano pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), no nível Fundamental II.
Ao propor que o Southern Astrophysical Research Telescope (SOAR), telescópio de 4,1 metros de abertura localizado no Chile, fotografasse a Nebulosa de Ampulheta, Maria Alice teve sua redação selecionada entre os destaques da competição, algo inédito entre estudantes do Ceará.
“Além de ter sido a primeira vez que uma proposta cearense foi selecionada pelo concurso, que acontece desde 2013, chamam a atenção também o fato de ter sido a única proposta do Norte-Nordeste escolhida neste ano e o fato de ter sido o único destaque nacional entre textos redigidos por alunos abaixo do 9º Ano”, analisa o primeiro-tenente João Romário Fernandes Filho, professor de Astronomia do CMCB e orientador do texto selecionado.
Para os alunos do 7º ano do CMCB, a redação de um texto que sugerisse aos astrônomos do SOAR um objeto celeste interessante, do ponto de vista científico e também visual, para ser fotografado digitalmente, de acordo com as regras do concurso, foi uma tarefa que compôs a nota bimestral da disciplina de Astronomia.
Como estavam estudando justamente aglomerados estelares e nebulosas no 3º bimestre letivo, eles foram convidados a escolher um exemplar de algum desses objetos, no qual quisessem se aprofundar. Os alunos que redigiram as melhores propostas foram estimulados a inscrever seus trabalhos.
“No começo do bimestre, estava estudando sobre a diversidade das estrelas e a beleza que podia existir entre elas. Depois que surgiu o assunto de nebulosas planetárias, eu fui criando um interesse maior e foi aí que apareceu a ideia do concurso. O professor deu todo o apoio quando mostrei o conteúdo a ele. Com certeza, sem a motivação e as próprias aulas de astronomia, eu não teria nem descoberto esses mistérios encantadores”, explica Maria Alice, que integra o grupo dos 34 alunos do CMCB que conquistaram medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia deste ano.
O objeto de estudo
“A minha sugestão ao observatório é que fotografe a nebulosa MyCn18, descoberta por Annie Jump Cannon e Margaret W. Mayall, enquanto trabalhavam com o Catálogo Henry Draper, uma coleção de dados de mais de 225 mil estrelas. (…) Mais conhecida como Nebulosa da Ampulheta, ela é uma jovem nebulosa planetária situada na constelação de Mosca, a cerca de 8.000 anos-luz da Terra. Objetos como esse são o futuro do nosso Sol. Eles se formam à medida que as camadas exteriores de uma gigante vermelha são ejetadas, deixando para trás apenas o seu núcleo, na forma de uma anã branca. (…) A nebulosa planetária, além de nos mostrar o fim de uma estrela, demonstra o final de um ciclo da natureza, nos convidando a profundas reflexões sobre a vida”, propôs a aluna, de 12 anos, no texto inscrito no concurso.
O concurso
Foram classificadas 35 propostas do Ensino Fundamental. Na próxima etapa, foram selecionadas as propostas cujas justificativas da escolha do objeto foram bem redigidas, com argumentos científicos e pessoais. Cada membro da Comissão Julgadora selecionou as 10 melhores propostas de objeto interessante cientificamente com justificativa bem escrita, bem pesquisada e com argumentos originais, de cada categoria.
Na última etapa, foi feita a classificação das propostas mais bem indicadas pelos membros da Comissão. A Comissão analisou as três propostas que foram mais bem avaliadas por todos e selecionou a proposta mais bem apresentada.
Tribuna do Ceará

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