Padre Geovane Saraiva* Em Belém, numa cidade pequena, nasce uma pobre criança, aliás, nem nasce na cidade, e sim no campo, como tão bem sabemos, numa manjedoura, entre animais e pastores. Essa criança veio com a missão de dar a vida por suas ovelhas, chamando a atenção para a realidade do seu mundo: antagonismos e mundo envolto em mistério. Nasce no meio da noite, na escuridão, mas na condição de luz ou estrela, guiando e iluminando os passos da humanidade. Ninguém melhor do que Dom Helder Câmara para assimilar a riqueza do mistério da encarnação: “Se eu pudesse sairia povoando de sono e de sonhos as noites mal dormidas dos desesperados” [1] . Estamos diante do eixo da nossa fé pelos anjos, que anunciam aos pastores o nascimento do Salvador da humanidade, ao mesmo tempo em que no Oriente, distante e longínquo, surge uma estrela, com a missão de comunicar aos magos o nascimento da verdadeira Estrela da humanidade [2] . É forte o significado paradoxal da estrela, vista como um i
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza