Maturidade literária de Silviano Santiago, de 80 anos, permite a ele colocar-se na narrativa ao lado de Machado Assis A melhor forma de medir o tamanho de um gigante é olhando para ele a partir de suas vulnerabilidades. Foi isso que deve ter pensado o escritor Silviano Santiago ao escrever Machado (Companhia das Letras, 496 págs., R$ 69,90), o romance mais impressionante dos últimos anos em língua portuguesa. Santiago deu protagonismo à doença, às inseguranças e até ao provincianismo de Machado de Assis para construir seu romance, inovador também na forma. Ele se inicia em 2015, quando o autor recebe o quinto volume da correspondência de Machado publicado pela Academia Brasileira de Letras – o autor fica tão eufórico que a narrativa sai do pacote dos Correios e volta para 1905 sem escalas, como que abduzido. Aos 80 anos, a maturidade literária de Silviano Santiago leva-o a brincar com as possíveis expectativas do leitor. A tese radical da relação entre arte e doença de C
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza