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Falar de si mesmo: a força da literatura autobiográfica

Quem escreve livros desse gênero está fazendo uma espécie de acerto de contas terrivelmente pessoal.

 
Falar de si mesmo: a força da literatura autobiográfica
Por Objetivo Sorocaba

É comum ficarmos aborrecidos com quem fala muito de si. Nessas oportunidades, somos testemunhas de um desfile de elogios que a pessoa faz a ela mesma. A sabedoria popular sempre condenou quem advoga em causa própria.
Mas tudo muda quando a pessoa que resolve se abrir escreve muito bem. O resultado dessas confissões: a prosa autobiográfica. Os melhores livros desse gênero costumam ser implacáveis. Quem os escreve está fazendo uma espécie de acerto de contas terrivelmente pessoal. Nesses casos, a crueldade anda de mãos dadas com o humor. Não deixam de ser exemplos de sabedoria: quem tem a capacidade de rir de si mesmo subiu alguns preciosos degraus rumo à sanidade mental.
Seguem alguns dos melhores exemplos da literatura autobiográfica:

“Sete anos bons”, de Etgar Keret

Relato dos sete anos em que o autor, um dos melhores de sua geração, viveu em Tel Aviv. Os defeitos de Keret são esquadrinhados sem dó. São páginas que conseguem ser, ao mesmo tempo, sarcásticas e comoventes.

“Febre de bola”, de Nick Hornby

A partir do seu fanatismo pelo futebol e pelo Arsenal, Hornby vai dos jogos mais marcantes aos dramas pessoais. Uma aula de como contar histórias com leveza.

Ciclo “Minha luta”, de Karl Ove Knausgard

Um dos grandes empreendimentos literários dos últimos anos. Ao longo dos seis volumes que formam o ciclo, Knausgard hipnotiza o leitor com páginas da mais sombria tristeza misturadas com páginas de um profundo amor pela vida. Knausgard mostra que uma pessoa pode amar a cultura pop sem necessariamente excluir as referências consideradas mais eruditas.

“King Kong e cervejas”, de Fabricio Corsaletti

Uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea faz um belo retrato da adolescência vivida no interior de São Paulo. O tom descontraído revela a segurança de quem tem muito a dizer.
Texto: Nelson Fonseca Neto, professor do Objetivo Sorocaba

Por G1

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