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Confira 5 poemas que todo vestibulando precisa conhecer

A poesia é um tipo de texto literário muito presente no vestibular e tem uma linguagem diferente dos textos em prosa, o que causa uma certa preocupação nos alunos.
Para tornar a vida do vestibulando mais fácil neste aspecto, o Stoodi, cursinho online à distância, separou cinco poemas que todo vestibulando precisa conhecer.
Geralmente, estes poemas são cobrados nas provas de Literatura de cada vestibular, mas também existe a possibilidade de fazerem parte dos textos motivadores das propostas de redação.
A professora Marina Sestito, coordenadora de Redação do Stoodi, explica que o uso dos poemas, no Enem e nos vestibulares, ocorre geralmente para retratar um problema social que será discutido pelo aluno na redação. “É importante fazer uma interpretação cuidadosa dos poemas para aprender a situação retratada pelo texto”, explica.
De uma forma geral, seja no texto de apoio da redação ou nas questões de literatura, a dica para ter um bom desempenho em questões envolvendo poesia é o aluno dominar as fases literárias e entender quem participa de cada movimento, dando foco sempre no autor.
Confira cinco exemplos de poemas que podem cair no vestibular:
1) José – Carlos Drummond de Andrade
Graças ao poema de Drummond de Andrade – um dos mais famosos da literatura brasileira – surgiu a famosa gíria “e agora, José?”, utilizada ainda hoje para expressar a indecisão perante as situações difíceis. Publicado pela primeira vez na coletânea Poesias, em 1942, o poema expressa a solidão e o abandono do indivíduo.
Para entender o contexto histórico do poema, é preciso lembrar-se que o mundo atravessava a Segunda Grande Guerra, e o Brasil acabara de entrar no Estado Novo, de Getúlio Vargas. Ambos acontecimentos históricos suscitavam nas pessoas um clima de medo e de repressão.
Drummond é um dos nomes mais importantes da Literatura brasileira e seus poemas relatam assuntos do cotidiano, sempre utilizando a ironia e seu pessimismo característico. Os principais temas retratados em suas obras são: conflitos sociais, lembranças do local de sua origem e visão crítica tanto do mundo, quanto dos homens.
2) Soneto da Fidelidade – Vinicius de Moraes
Vinicius de Moraes, assim como Cecília Meireles, Jorge de Lima e Murilo Mendes, pertence à segunda geração modernista da poesia brasileira. Por isso, são considerados poetas espiritualistas.
Segundo a coordenadora de Redação do Stoodi, Marina Sestito, um passo muito importante na hora de analisar os poemas é prestar atenção nas figuras de linguagem. “Será justamente aí que você encontrará algumas informações implícitas no texto. Preste atenção nas metáforas, nas antíteses ou em qualquer outra figura de linguagem que estiver presente”, comenta.
No Soneto da Fidelidade, por exemplo, há dois exemplos: no trecho “posto que é chama”, o poeta utiliza uma metáfora para se referir ao amor. Já quando deseja que seja “infinito enquanto dure”, a figura de linguagem utilizada é o paradoxo, caracterizada por uma associação de conceitos contraditórios para representar uma ideia.
3) Canção do Exílio – Gonçalves Dias
Dona de um dos versos mais conhecidos da poesia nacional, “Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá”, foi escrito pelo poeta maranhense Gonçalves Dias, em 1843, e publicado treze anos depois, no livro “Primeiros Cantos”. O poema, que integra a primeira fase do Romantismo, é tão emblemático que até teve um verso sendo utilizado no Hino Nacional: “Nossos bosques têm mais vida,/ Nossa vida, mais amores”.
A dica da professora do Stoodi, neste caso, é de não deixar sua opinião afetar sua interpretação do texto. “Justamente por se tratar de um texto com muita subjetividade, não deixe a sua opinião e concepção sobre determinado tema interferir na interpretação da poesia. Leia sempre de modo neutro em relação ao ponto de vista do poeta, sem carregar preconceito sobre o assunto abordado”, diz.
Este julgamento por parte dos alunos tende a ocorrer justamente com os autores mais antigos, cujos termos e linguagem sejam distantes da nossa, como é o caso de Gonçalves Dias, afinal, não falamos no dia a dia que as aves gorjeiam, não é?
4) Versos íntimos – Augusto dos Anjos
Versos Íntimos é um poema escrito por Augusto dos Anjos, que expressa um sentimento de pessimismo e decepção em relação aos relacionamentos interpessoais. Este soneto retrata a visão niilista que o poeta tinha dos relacionamentos e da vida de uma maneira geral. A ideia geral do poema, extremamente pessimista, é considerada uma ruptura com suas tendências literárias parnasianistas, que apresentavam a vida sob uma visão romântica.
A dica do Stoodi neste poema é: conheça brevemente a vida dos principais autores. Augusto dos Anjos, por exemplo, nasceu no Engenho Pau d’Arco, onde fica atualmente o município de Sapé, na Paraíba, e começou a escrever poesias já aos sete anos de idade. Sua obra é dividida em três fases principais: a primeira (da qual pertence Versos Íntimos), é muito influenciada pelo simbolismo. A segunda fase é mais focada na visão de mundo (nada tradicional) do autor e, a terceira, é caracterizada por obras mais maduras, como por exemplo, o poema Ao Luar.
5) Vou-me embora pra Pasárgada – Manuel Bandeira
Também modernista, este é o poema mais conhecido de Manuel Bandeira, que deixa nítido nesses versos sua vontade de fugir da sua realidade e encontrar um lugar paradisíaco, onde tudo aconteça da forma que ele deseja. É importante que o vestibulando consiga relacionar o poema à tuberculose que acometia seu autor. Ele deseja usufruir de satisfação carnal, riqueza e felicidade, mas a doença o impede de ter qualquer prazer neste sentido.
O poema foi publicado no livro Libertinagem, de 1930 e tem no escapismo, a fuga da realidade, como sua principal característica. Vale ficar atento também às referências elogiosas às máquinas e à tecnologia, como nos versos: “Tem telefone automático/ Tem alcalóide à vontade”.
Tribuna do Ceará

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