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Morador da Barra estreia na literatura com livro de frases reflexivas

POR CAROLINA CALLEGARI
Fabiano de Abreu diz que não queria publicar, mas já pensa no segundo livro - Divulgação / Marcus Ribeiro
RIO — Reflexões sobre a vida são a inspiração para Fabiano de Abreu. O hoje assessor de imprensa, que chegou a cursar Psicologia na faculdade mas não terminou, abraçou a escrita de maneira profissional no ano passado, com o lançamento do livro “Viver pode não ser tão ruim”, pela editora Albatroz. A obra reúne frases antes publicadas espontaneamente em seus perfis do Facebook e do Instagram.
Abreu, de 36 anos, que se define também como poeta e filósofo, diz que se inspira em suas vivências para escrever, o que faz desde pequeno. Seu primeiro livro, conta, pretende encorajar atitudes que podem tornar a vida melhor e tem frases que visam a estimular a reflexão, como “se a vida fosse justa, entraríamos em constante depressão com a ideia da morte”.
O projeto de lançar o livro surgiu numa conversa com um amigo, leitor assíduo de suas postagens. A breve troca de ideias, na qual Abreu descartou a possibilidade de reunir o material e publicá-lo, foi sucedida de um contato inesperado da editora Albatroz, em busca de um título no campo da filosofia. Os desdobramentos ainda renderam lançamentos em Portugal e Angola.
— Esse meu amigo disse que conhece filosofia, mas nunca tinha lido frases assim, e sugeriu que eu fizesse um livro. Falei que escrever era só um hobby, mas ele procurou uma editora. Embora negue, acredito que tenha sido ele, porque logo entraram em contato comigo — aposta Abreu.
Na infância, suas redações da escola eram pensadas para tocar os professores. Apesar do destaque, a personalidade reservada era motivo de reclamação da coordenação, bem como os questionamentos nas aulas, inclusive de religião, do colégio católico em que cursou o primário. No ginásio, diz Abreu, o QI alto o livrou da expulsão do colégio — porque a esta altura ele era, também, o líder da bagunça.
Recentemente, Abreu voltou à escola, mas de um jeito diferente. Ao ler seu livro, a professora mineira Elaine de Andrade Portilho, que leciona História e Filosofia na Escola Estadual Terezinha Pinto Fernandes Maia, em Alpercata, procurou-o, falando sobre seu próprio trabalho. Daí nasceu uma parceria que resultou no envio de “poemas filosóficos” para serem usados na sala de aula, como forma de cativar estudantes do 3º ano do ensino médio.
— O primeiro poema filosófico que levei para a sala falava sobre valorizar a vida e mexeu com os alunos. Costumo juntar outros textos ao conteúdo da disciplina, para deixar tudo mais interessante — conta a professora.
Abreu celebrou a iniciativa:
— O filosófico tem a rima, que chama a atenção. E eu queria que escolas usassem o livro. Não pretendo ganhar nada com isso, só saber que as pessoas estão pensando sobre temas e questões que abordo.
Com dupla cidadania, Fabiano de Abreu atualmente se divide entre Portugal e o Rio, onde está radicado na Barra há dez anos. Satisfeito com a trajetória de “Viver pode não ser tão ruim”, ele já pensa num segundo livro, no qual aprofundará temas abordados no primeiro.

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