Pular para o conteúdo principal

Estudantes da UFC lançam campanha “ComTato” por publicidade acessível a cegos e surdos

Estudantes do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará (UFC) divulgam, até 20 de junho, a campanha “ComTato“. O foco é mostrar a necessidade de se criar conteúdos comunicacionais acessíveis a deficientes visuais e auditivos nas mais diversas áreas.
O projeto, desenvolvido pelos alunos da disciplina de Laboratório de Publicidade e Propaganda, conta com siteque traz informações sobre como as agências e veículos podem tornar a comunicação mais acessíveis.
Há também veiculação de vídeos com depoimentos, postagens informativas nas principais redes sociais e ações de divulgação em redações jornalísticas e agências de publicidade de Fortaleza.
A campanha “ComTato” nasce em um contexto no qual mais de 16 milhões de pessoas vivem com uma dessas deficiências no Brasil. Essa parcela da sociedade é excluída pela falta de conteúdo acessível nas peças publicitárias, nas fotografias e nas produções do jornalismo.
A professora e orientadora do trabalho, Glícia Pontes, afirma que “a iniciativa defende a comunicação como um direito e tem o objetivo de provocar os(as) comunicadores(as) a pensar em como os conteúdos produzidos são quase sempre inacessíveis para cegos e surdos”.
A equipe realizadora é composta pelas alunas Ana Carolina Pontes, Ananda Karen Leal, Isabela Horácio, Joyce Rocha e pelos alunos Leonardo Fernandes, Marden Sales e Wesley Bernardo. O trabalho conta com o apoio da Secretaria de Acessibilidade da UFC e o grupo Pró-inclusão.

Depoimentos

No trabalho, foram colhidos depoimentos como o da servidora da Secretaria de Acessibilidade da UFC, Carlizete Campos.
“A gente pode ter acesso à comunicação pela TV, computador, celular, mas, para mim, como pessoa com deficiência visual, nem todos esses meios são acessíveis. Quando tento acessar algo no computador, sempre encontro algum banner sem informação textual ou alguma imagem que também não tem descrição”, afirma.
O professor do curso de Letras Libras, Rundesth Saboia, ao falar da sua condição de surdo, também apontou problemas.
“Vejo muitas barreiras nos telejornais, pois preciso saber das notícias, mas a legenda é incompleta, muito rápida e fica difícil acompanhar. Então o ideal seria a janela de Libras”, frisa.
Pensar em acessibilidade é garantir a inclusão de todos em qualquer ambiente, atividade ou uso de recurso. No Brasil, o Decreto n° 5296 classifica como barreira comunicacional: “qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação”.
Tribuna do Ceará

Comentários