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Cruel certeza

Carlos Delano Rebouças*

Conforme a pirâmide de Maslow, as necessidades fisiológicas figuram no seu ponto mais alto, como aquelas de maior interesse humano, vitais para a sobrevivência. Contudo, apenas reúnem alguns insignificantes detalhes, denominados de fome e sede, quem sabe, que as separam daquelas hierarquicamente abaixo, não menos importantes para certos terráqueos, mas que o homem pode esperar quanto à ordem natural de suas necessidades.


Um abraço, um firme aperto de mão e um sorriso fugaz parecem tão pouco e simples de se receber, já que há tantos de corações carentes que se deixam enganar pelo dom da oratória, que com a retórica, faz acreditar que se tem toda uma consideração, mesmo com prazo de validade. 

Não faltam lenços descartáveis, álcool gel e barreiras humanas intransponíveis para evitar o eleitor depois das eleições, esse mesmo de tantas e variadas definições, por sinal, as mais depreciativas possíveis, mas esperadas por quem apenas quer o que deles buscam como a única coisa que os importa: o voto.

E as eleições terminaram e os votos contabilizados. Viva! Viva! O meu candidato venceu! E eu perdi...! Como fez milhões de promessas, assumindo compromissos que nem mesmo em quatro décadas cumpriria? Como desaparece da nossa comunidade, de nossa região, tão repentinamente quanto surgiu?

Vida que segue! Vivemos mesmo entre o odiar e o venerar políticos – profissionais da ilusão – e que venham as próximas eleições, pois estaremos mais uma vez à espera de um forte e caloroso abraço, mesmo que na sua última despedida nem sequer ouvimos um até logo.

*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.

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