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Mostrando postagens de julho 17, 2018

Conceição Evaristo: 'A literatura está nas mãos de homens brancos'

Homenageada em dois eventos literários este ano, Conceição Evaristo fala sobre a dificuldade de mulheres negras conseguirem ser vistas com produtoras de saber e conhecimento Por:   Correio Braziliense Conceição Evaristo costuma dizer que, assim como escrever, publicar é um ato político. O racismo estrutural da sociedade brasileira se reflete também no mercado editorial e a dificuldade de publicar quando se é mulher, negra e escritora é uma realidade. Graças a um trabalho de formiguinha, no qual a coletividade é fundamental, a situação mudou desde que Conceição começou a publicar, há 28 anos. Ela ser homenageada em dois eventos literários este ano é fruto dessa costura que intelectuais negras vêm tecendo ao longo dos anos. Em Brasília, a autora será homenageada no Livre! Festival Internacional de Literatura e Direitos Humanos, que vai ocupar os parques da cidade em agosto. No próximo dia 27, ela recebe homenagem da Casa Libre & Nuvem de livros no evento Leitura, gesto p

Conversa com autores brasileiros de literatura fantástica é atração do Geek & Game Rio Festival

Uma das atrações do Geek & Game Rio Festival (GGRF 2018), que acontece entre sexta e domingo no Riocentro, será a conversa com seis autores brasileiros de literatura fantástica que, juntos, têm 23 livros lançados. O painel “Criando um mundo fantástico”, que acontece às 15h de domingo, reúne Eduardo Spohr, Diogo Andrade, Affonso Solano, Vivi Maurey, Frini Georgakopoulos e Luly Trigo. Eduardo Spohr teve o talento pela literatura inicialmente reconhecido em 2001, quando seu conto “O último anjo” foi publicado na coletânea “Com a palavra”. De forma independente, conseguiu vender mais de 4 mil exemplares de “A batalha do Apocalipse”. Em seguida, venceu o II Concurso Literário do Fábrica de Livros do Senai-RJ. Publicada entre 2011 e 2015 pela Record, sua trilogia “Filhos do Éden” vendeu mais de 600 mil exemplares.  Eduardo Spohr conseguiu vender mais de 4 mil exemplares de “A batalha do Apocalipse” Diogo Andrade, por sua vez, trocou a carreira em Economia pela literatura. Dando vida

'Romance policial é o punk rock da literatura', afirma norueguês Jo Nesbø

Fabiano Maisonnave OSLO (NORUEGA) O escritor Jo Nesbø, autor da série Hole e de releitura de ‘Macbeth’, em Oslo, Noruega -  Tore Meek - 20.mar.17/NTB/AFP Deu até para desconfiar que o escritor norueguês Jo Nesbø, 58, dispõe dos mesmos recursos investigativos do seu maior personagem, o brilhante detetive alcoólatra Harry Hole. Diante do repórter flamenguista quarentão, ele irrompe no restaurante Bolgen & Moi vestindo uma camisa branca estampada com uma imagem retrô do Zico. A entrevista, em um atípico dia quente em Oslo, não poderia ter começado melhor. O futebol é uma das paixões de  Nesbø , que chegou a ser atacante profissional, carreira encerrada por uma lesão no joelho. Espécie de canivete suíço humano, é vocalista da banda pop Di Derre, já foi corretor de ações e jornalista, entre outras profissões. Como escritor, tem no currículo livros infantis, uma série de TV e acaba de publicar uma caudalosa releitura da tragédia "Macbeth", de Shakespeare, que

Editoras de pequeno porte e autores independentes solidificam um nicho de mercado

Não adianta mais falar que as pequenas editoras são um mercado em ascensão. Ou que elas estão chegando para transformar o negócio dos livros. Ou que o futuro delas é ser a porta de entrada para novos autores no circuito de publicações. As editoras de pequeno porte já estão firmadas no mercado editorial e constituem uma importante parcela no cenário de publicações, eventos e produção cultural do País. Mapeamento realizado pela E-Cêntrica - instituição coordenada pela Casa da Cultura Digital de Goiás - apontou que há autores independentes e pequenas editoras em todas as regiões brasileiras. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2017 e constituem a primeira parte da pesquisa, que continua sendo realizada através de cadastro no site da E-Cêntrica. "A heterogeneidade é uma característica que nos une, enquanto independentes do mercado editorial, considerando a literatura e as artes gráficas. Assim como o exercício de autopublicação, uma postura que tem muito a ver com o

Temer participa da conferência dos países de língua portuguesa

O presidente Michel Temer segue hoje (17) para Cabo Verde (África  Ocidental). Ele participa da 12ª Conferência de chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na Ilha do Sal (Cabo Verde), que vai até quarta-feira (18). Na conferência, Brasil transmitirá a presidência da comunidade para Cabo Verde. O comando da CPLP é rotativo. A presidência do Brasil na CPLP começou em 1º de novembro de 2016, com o tema "A CPLP e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável". Houve 13 reuniões ministeriais no Brasil, além de encontros de técnicos e autoridades nas áreas de saúde, educação, cultura, governo digital e meio ambiente. Criada em 1996, a CPLP é integrada por nove países: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Agenda Pela agenda oficial, o presidente viaja na manhã desta terça-feira e chega às 15h à Ilha do Sal. Em seguida, haverá reunião com o presi

MISTÉRIOS DE NESTOR

Carlos Delano Rebouças* Tudo parecia normal para uma manhã de domingo na vida de Nestor, um homem de meia idade, de poucas palavras e de muito a se descobrir de seu passado que vivia escondido na leitura de seus livros no banco da praça principal da cidade. Entre um folheio e outro de tantos livros que lia, apenas gesticulava positivamente diante de todas as saudações que recebia dos moradores daquela modesta cidade, os quais o viam naquele mesmo lugar há anos. Até parecia que não falava ou que apenas preferia ser ouvinte em um mundo falante, talvez, de algo que o incomodava, ou mesmo, do que descordava, levando-o ao mundo silencioso da leitura, em viagens que o proporcionam novas descobertas, o encontrou ou reencontro com o que lhe faz bem. Mas em uma dessas manhãs dominicais daquela praça de leitura, Nestor deu a impressão de que faria um dia diferente, quando no banco de sempre se sentou sem ocupar a totalidade dos espaços ao seu lado com livros e livros que sempre tra