Os avós cumprem um papel importante na criação e vinculo afetivo da família

Os avós cumprem um papel importante na criação e vinculo afetivo da família

Hoje o dia é dedicado a todos os avós.

Por Patrícia Almada

Repórter DomTotal

Assim como existe o dia das mães e o dia dos pais, uma data especial e não menos importante é comemorada neste sábado (26). É o dia dos avós. O amor, carinho, cuidado e disposição destes adorados entes da família se fazem necessários na formação e enriquecimento na vida de um neto.

Educadores, companheiros e amigos de farra, os avós cumprem um papel importante na criação e vinculo afetivo da família, independente da função que assumam. Além disso, são figuras fundamentais na educação dos netos, principalmente em culturas tradicionais.

Para a psicóloga Isabela Maria Pinto Góes, a participação dos avós na criação dos netos, quando possível, pode trazer uma série de benefícios a todos os envolvidos. “A família extensa, compreendida pelos avós, tios e primos tem um papel importante no desenvolvimento infantil na nossa cultura. Os avós, sobretudo, apoiam os filhos na criação dos netos e em algumas circunstâncias, tornam-se os principais cuidadores da criança. Os benefícios incluem a formação dessa equipe cooperativa que permite, por exemplo, que os casais possam trabalhar fora. Outro beneficio importante é a convivência da criança com uma pessoa mais idosa e, portanto, mais experiente e com uma visão rica de mundo, que muito pode contribuir para a formação do individuo”, analisou.

Educadores ou bajuladores?

Ainda conforme a psicóloga, a amizade e cumplicidade são aspectos naturais na relação entre avós e netos. No entanto, ela alerta que todo o cuidado no momento de se colocar limites é importante para não misturar bajulação com o educar.  Isabela explica também que os avós devem ter atenção nestes momentos de carinho extremo. “Os avós em geral costumam ser muito mais permissivos com os netos do que foram com os próprios filhos. Por isso é preciso cuidado para não exagerar nesses mimos e, principalmente, não diminuir a autoridade dos pais. Mas de todo modo, os avós podem ser figuras essenciais no cuidado e na orientação das crianças bem como no suporte emocional dos pais mais jovens e inexperientes”, afirma.

O DomTotal conversou com algumas pessoas para saber a importância dos avós em suas vidas. Confira abaixo alguns depoimentos:

Maria Isabel Mol Ibrahim Marinho, 28 anos, advogada – Recordo-me da época de criança. De quinze em quinze dias passava o final de semana na fazenda dos meus avós. Como era bom! Minha avó sempre nos recebia com um monte de coisas gostosas: bolos, biscoitos, doces, goiabada feita no tacho e enrolada na folha de bananeira. Ela arrumava a casa toda, trocava os vasos de flores, a capa do sofá, encerava o chão e proibia os cachorros e gatos de entrar. Tudo isso para a casa ficar impecável para a chegada dos netos. Era muito amorosa e preocupada. Já meu avô, um típico homem sírio, adorava nos contar suas histórias, a vinda para o Brasil, as dificuldades que vivenciou, as vitórias que conquistou. E, no final de cada uma delas, nos deixava uma lição de vida, ensinamentos que não encontrarei em livro nenhum! Lembranças que nunca se apagarão! Gostaria muito de ter conhecido meus avós paternos, mas infelizmente faleceram antes de meu nascimento. Contudo, sou grata por ter tido a oportunidade de conviver e aprender muito com meus avós maternos.

Fabiana de Oliveira Lara e Silva, 28 anos, bióloga – Nasci! E aí, veio alguém e me olhou fixamente nos olhos com um carinho maternal e deu um sorriso para mim. Abri a boca a chorar... Mal sabia que mais tarde aquele mesmo olhar me faria sorrir, e chorar de alegria. Essa pessoa era minha avó Conceição! E, desde então, nunca mais me desgrudei dela. Ela me dava comida, me fazia dormir, me dava banho, cantava para mim. Hoje ela ainda acha que sou uma criança, e no meu coração, ainda permanece um sentimento de eterna gratidão por esta mulher que é tudo para mim e enche meu coração e minha vida de tanto amor, que me fez superar momentos muito difíceis. Guerreira, amiga, confidente, companheira, amorosa e faladeira. Essa é a minha avó!

Outra pessoa que enche meu coração de alegria e que me faz sentir completa é meu avô José. Ele é meu exemplo de homem, de dignidade, de caráter. Poucas pessoas são como ele. Meu avô é único. Os meus tios diziam que quando ele era mais novo, tinha a cara trancada, dava até medo! Mas o meu avô, este mesmo homem, é uma pessoa doce, amável. Ele me dá tanto amor, tanta segurança, que eu nunca seria capaz de retribuir tanta entrega e tanto carinho.

Só tenho a agradecer a Deus pelos meus queridos avós, verdadeiros pais que eu tenho. E dizer que sou uma pessoa abençoada, pois ainda tenho meus quatro avós com saúde.

Rafael Ribeiro Rezende, 28 anos, advogado – Meus pais são do interior de Minas. Pai de Belo Vale e mãe de Jeceaba. Meus avós paternos eu não os conheci, mas alguns tios e tias ainda moram no interior. Meus avós maternos se mudaram para Belo Horizonte e com eles, todos os filhos. Hoje eles não são vivos mais, mas durante a infância e adolescência fomos muito próximos.

Foi na ‘casa da vó’ que descobri o verdadeiro sentido da palavra família, pois foram os incontáveis aniversários, almoços de domingo, reuniões para jogar ‘papo fora’, natais com direito a amigo oculto e outras mais variadas festas, em que todos se reuniam em um clima harmônico, de muita amizade e união.  Costumo dizer que lá era um lugar mágico, não só pelos bolos, doces, broas, biscoitos de forno e outras tantas guloseimas, mas porque lá se pode tudo: pode bagunça, pode barulho, pode correr, pode refrigerante, andar descalço, fazer refeições na sala enquanto assiste televisão e por ai vai... É o lugar da liberdade na minha infância. Pena não tê-los mais por perto, mas parte do que sou hoje se deve aos meus queridos avós, dos quais tenho tanto orgulho e agradecimento eternos.

 

Poliane Felicissimo Tiengo, 26 anos, pedagoga  - Meus avós sempre foram de suma importância em minha vida! Em especial o meu falecido avô materno, Geraldo José. Eu o tinha como um verdadeiro pai. Ele era amoroso, carinhoso, enfim, um super avô! Esteve presente em todos os momentos de minha vida, ajudando, apoiando e cuidando para que minhas irmãs e eu sempre tivéssemos o melhor. Tenho muitas saudades do meu avô.

Redação DomTotal