Pe. Geovane Saraiva* “És pó e em pó hás de te tornar” (Gn 3, 17). Foram essas as poucas palavras pronunciadas pela primeira vez por Deus e dirigidas a Adão, em consequência do pecado cometido. Hoje, a Igreja, nesta Quarta-feira de Cinzas, as repete a cada cristão, para recordar a todos e a cada um, com a mais elevada clareza, três verdades inquestionáveis e fundamentais: o nada da criatura humana, a nossa condição de pecador, de pessoas frágeis, e a realidade inevitável da morte. Deus, neste tempo de Quaresma, convida os seguidores de Jesus de Nazaré para uma aventura do amor incondicional a Deus, do amor a todos os irmãos e do amor terno e afável pelo mundo. Deus quer que seja corajosa e incisiva a vontade de seus parceiros e aliados, na vocação de peregrinos na história do mundo e no tempo, que é rico e precioso, que passa depressa, em que há circunstâncias de morte; o lado cômodo da vida e também o fracasso dos projetos humanos, e demais contingências, parecem, nitidamente, tomar
Pe. Geovane Saraiva* Recordar, sim, que Dom Helder Câmara nasceu há 115 anos, aos 07/02/1909, em Fortaleza/CE, e iniciou sua vida no ministério sacerdotal com 22 anos de idade, em profunda sintonia e comunhão com Jesus de Nazaré, pão da Vida, pão descido do céu. Eis um sinal vivo da presença de Deus, com a concretude do Dom da Paz, já no santinho de sua ordenação sacerdotal, na mesma cidade de Fortaleza (15/08/1931), assim se manifestou: “Angelorum esca nutrivisti populum tuum”, que quer dizer: “Teu povo se alimenta do pão do céu”. Vem à mente o que afirmou Pe. José Comblin, teólogo de saudosa memória, com sua luminosidade fulgurante, sendo seu distintivo peculiar, ao se manifestar no sentido de persuadir, no alargamento da mente e do coração das pessoas de boa vontade, imprimindo o caráter de perene imortalidade de Dom Helder: “Eu sou daqueles que têm a convicção de que os escritos de Dom Helder ainda serão fonte de inspiração na América Latina, daqui a mil anos, ao lançar sementes