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Mostrando postagens de janeiro 17, 2019

LITERATURA SEM PEDIGREE

Prosa, cidade e arte com o escritor Zé Alfredo Ciabotti Ficaria, por horas, sentado naquela mesa de bar. Sim, a conversa desta edição foi com uma cerveja na mão, notebook na outra e várias histórias, das quais realmente ficaria ouvindo até me perder no tempo. O ofício da escrita tem diversos modos, variados hábitos e incontáveis formas, mesmo com todas as classificações, regras e demais ortodoxias aplicadas, a arte literária ainda tem se transformado da mesma forma que também carrega os anseios milenares das civilizações. O ato de escrever exige e não exige, revela e não revela, faz se necessário e não se faz, como toda criação humana e como toda dúvida existencial. Inegável é o fato de que as histórias conduzem nossas vidas, como linhas costuradas no tecido do tempo, sejam elas contadas em formas de livros ou bate-papos despretensiosos em balcões de bares vazios. E as pessoas que têm habilidades de alinhavar palavras, ditas ou escritas, são as que fazem o tempo parecer apenas u

Exposição "Vento Solar" tensiona os limites entre fato e ficção

O universo fotográfico da eslovena Vanja Bucan é marcado pelas interseções entre homem e natureza. Mas não se trata da interferência pragmática documentada por jornais e portais de notícias - ou pelo menos, não é essa a intervenção que ocupa o primeiro plano de suas imagens. Nas fotografias de Vanja, aparecem mãos, pés e cabeças que rasgam ao meio os pôsteres de plantas, folhas e galhos, em uma comunicação que é violenta e íntima em medidas parecidas. Já a sul-africana Nobukho Nqaba espalha em suas imagens os padrões de estampas de suas unomgcanas, grandes bolsas de viagem carregadas geralmente por imigrantes em trânsito. As fotografias que produz e protagoniza sugerem essa realidade sem necessariamente explicitá-las. A mensagem é subliminar: as padronagens não estão só na montanha de bolsas que soterram a personagem, mas também em seus sapatos, em suas paredes, nas camas, nas mesas de cabeceira e nas bancadas de cozinha. Dissipar os limites entre real e metáfora , entre fat

Escritora admirável

Por  Ernando Uchoa Lima - Advogado Romancista, cronista, poetisa, Grecianny Carvalho Cordeiro ocupa lugar de destaque no território das letras cearenses, como uma das expressões mais vigorosas da nova geração de literatos. Dotada de dons especiais de sensibilidade e imaginação, suas narrativas são claras, harmoniosas, agradáveis, em linguagem escorreita, tudo de sorte a despertar vivo interesse no espírito do leitor. Seus romances – “Troia – Uma viagem no tempo” (2012) e sua sequência, “Troia – Uma viagem para o futuro” (2018); “Operação Prometeu: Os bastidores do tráfico de órgãos” (2016), “Anjo caído” (2009) e “Marcas da inocência” (2014) –, construídos com extraordinário engenho e originalidade, bem estruturados, encadeamento lógico das ideias, revelam a maturidade intelectual da jovem escritora. Na poesia, também confirmou seu talento, com os dois volumes de “Poemas a quatro mãos”, em parceria com o poeta carioca Luiz Gondim.  Além de grande conhecedora da mitologia e da