Carlos Delano Rebouças* O grande mal que assola a sociedade brasileira é, indubitavelmente, o intenso e ininterrupto investimento na sua divisão de classes. O classicismo social agrada, sobretudo, a um determinado tipo social classificado como mediano. Uma classe média que não aceita e jamais aceitou uma possível aproximação das que enxerga inferiores, por exemplo, nos quesitos posses e bens. Essa evidência ainda é maior naquelas pessoas que há não muito tempo conheceram a realidade difícil das classes menos privilegiadas, sem nunca terem aceitado a sua realidade, muito pelo contrário, desenvolveram sentimentos nada salutares para o bom convívio social, fazendo fluir a intolerância e a resistência que se revelam pelo ódio demonstrado muitas vezes do nada, absolutamente órfãs de justificativas sensatas. Tudo paira na esfera do surreal. Infelizmente esse classicismo se manifesta em vários cenários sociais: no mercado de trabalho, na escolha de um amigo, no bar que
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza