Grecianny Carvalho Cordeiro* No primeiro dia do ano de 2017, duas facções criminosas entram em conflito e dão início a uma sangrenta rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, culminando com a morte brutal de 60 presos. Além disso, mais de uma centena de presos conseguiu fugir. Essa foi a segunda maior chacina em um estabelecimento prisional, depois do Massacre do Carandiru, em 1992. O Massacre no Compaj serve para mostrar o que todos nós sabemos e fingimos não saber e, em especial, o que o Estado brasileiro, a União e as Unidades Federadas sabem e fingem não saber, porque não quer e não se importa. No Brasil, as prisões continuam com os mesmos problemas de décadas atrás: superpopulação carcerária, más condições dos presos, péssima infraestrutura, dentre outras mazelas. No entanto, no Brasil de hoje, a problemática penitenciária se agrava em virtude da infiltração e do domínio do crime organizado, por meio de várias facções criminosas, a
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza