De uns tempos para cá, descubro que não estou mais lendo páginas de papel, mas só as do computador. A verdade é que meu universo literário encolheu, minguou, recolheu-se ao mundo virtual, reduziu-se a quase nada. (Pixabay) Afonso Barroso* Amigos, socorro! O computador está me tirando o hábito de ler livros. Creio que este deve ser um mal generalizado, um vírus endêmico espalhado pela web, a atacar o mundo inteiro de leitores e não apenas a minha indefesa pessoa. Sempre fui um sujeito fiel aos meus princípios, um dos quais era ler sempre e tudo. Lia rigorosamente todos os dias. Li de romances memoráveis a novelas idiotas, como uma do dramaturgo Augusto Boal, que se meteu a escritor e perpetrou o livro com o título de A Deliciosa e Sangrenta Aventura Latina de Jane Spitfire . Deliciosa? Que nada. Sangrenta, talvez. Mas simplesmente intragável. Mesmo assim, eu li. Percorri quase todos os romances por mim adquiridos no tempo em que editoras, especialmente a Abril, lançavam co
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza