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Mostrando postagens de outubro 17, 2019

O leitor que se perdeu e redescobriu o que é ler

De uns tempos para cá, descubro que não estou mais lendo páginas de papel, mas só as do computador. A verdade é que meu universo literário encolheu, minguou, recolheu-se ao mundo virtual, reduziu-se a quase nada. (Pixabay) Afonso Barroso* Amigos, socorro! O computador está me tirando o hábito de ler livros. Creio que este deve ser um mal generalizado, um vírus endêmico espalhado pela web, a atacar o mundo inteiro de leitores e não apenas a minha indefesa pessoa. Sempre fui um sujeito fiel aos meus princípios, um dos quais era ler sempre e tudo. Lia rigorosamente todos os dias. Li de romances memoráveis a novelas idiotas, como uma do dramaturgo Augusto Boal, que se meteu a escritor e perpetrou o livro com o título de  A Deliciosa e Sangrenta Aventura Latina de Jane Spitfire . Deliciosa? Que nada. Sangrenta, talvez. Mas simplesmente intragável. Mesmo assim, eu li. Percorri quase todos os romances por mim adquiridos no tempo em que editoras, especialmente a Abril, lançavam co

Novos velhos livros e o perdido relógio do meu pai

Por Ricardo Soares* Um colchão de retalhos. Dos livros lidos e vividos, dos apenas folheados, dos jamais compreendidos e dos que ainda não foram devidamente devorados. (Pixabay) Ao colocar no pulso um antigo relógio de meu pai não tenho a ilusão que possa de novo entrar no tempo dele, nos seus falecidos batimentos ou nos seus olhos calculando ao olhar os ponteiros quanto tempo de vida lhe faltava. Na desmemória de meu pai - vitimado pelo Alzheimer- busco minha própria memória e achar seu relógio, que não era usado desde bem antes de 1996 quando ele morreu, foi mais um capítulo de um lento, dolorido mas também prazeroso processo de limpeza cuja cena principal é a arrumação geral de livros e papéis acumulados  durante mais de 40 anos de leituras e atividades ao redor da palavra. Me explico: De 1982 a 2002 morei em um apartamento na Vila Mariana em São Paulo e lá construí uma biblioteca funcional - metade no escritório, metade num corredor de acesso aos quartos - de onde tirei p

Mostra de Cinema de SP vai exibir mais de 300 filmes de 65 países

O maior e mais importante festival de cinema da capital paulista e o mais celebrado, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, chega à sua 43ª edição um pouco mais enxuta e com um olhar mais nacional. Serão exibidos 300 filmes, de 65 países, em 27 locais da cidade entre cinemas, teatros, espaços culturais e educacionais e parques. A mostra pode ser vista de hoje (17) a  30 de outubro e tem  patrocínio do Ministério da Cidadania, do governo de São Paulo e da prefeitura paulistana, entre outros.  Entre os destaques do evento deste ano estão as exibições de  Sinônimos , de Nadav Lapid, filme ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim;  Parasita , de Bong Joon-ho, ganhador da Palma de Ouro de Cannes;  Honeyland , de Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska, prêmio do júri de melhor documentário mundial no Festival de Sundance; e  Pacificado , de Paxton Winters, Concha de Ouro no Festival de San Sebastián.   A cerimônia de abertura da mostra de cinema foi realizada  ontem  (16) à n