Vai poeta escreve aquela poesia que te entende, que conhece o teu verbo, que te escuta. Vai poeta debruça-se sobre tua lavra como criança perdida querendo ser adotada; Agarra-te a tua poesia como mulher desesperada querendo ser seduzida. Vai poeta perde o medo da solidão não vês que tua companhia é esta fonte de inspiração que nunca seca que nunca te abandona Vai poeta sofre com prazer neste masoquismo poético, chicotea tua alma com as rimas que precisam entregar-se a ti, queima tua pele com o fogo das palavras inflamadas que vão como labaredas a espalhar incêndios em teu contrassenso Vai poeta solta aquela poesia que te empobrece de feridas que te inunda o rio de lágrimas sofre com prazer nesta luxúria poética chama tua alma que quer novamente acordar e falar contigo escreve aquela poesia que te entorpece que te segura a mão que te adormece pra te acordar o coração Vem poeta escreve para o mundo que não quer falar contigo que não te entende que não conhece o teu verso que não te es
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza