Carlos Delano Rebouças* Lá, enterrei meus sonhos não realizados; sepultei meus desejos jamais preteridos; encovei minhas tentativas que me pareceram em vão, em minúsculo sepulcro, em campa de um descanso eterno, do tipo que se entrega ao mato e ao sol e à chuva. No cemitério dos fracassos, parece que há espaço para muitos. Vivemos em plena cultura da aparência, na qual ninguém perde ou sofre desilusões, nem mesmo coleciona insucessos. Tudo significa uma alegria com sorriso breve, interrompido por um choro sem lagrimas, que não se vê, mas pode se imaginar. Grita-se: Não chore! Não sofra! A vida é bela e boa para se viver! Que mentira...! Que grande verdade! Quantos dizem e desdizem essas frases curtinhas como suas certezas e exclamações, quando cabem bem mais interrogações? Como poucos creem que pode somente ser uma situação passageira, daquelas que mudam repentinamente, com um piscar de olhos? Na maternidade dos sonhos, nasce, a todo instante, o sucesso em cada proj
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza