“A Fome” é o nome que dá título à primeira obra ficcional do autor Rodolfo Teófilo, publicada em 1890, e que retrata de modo detalhado a seca no Nordeste, bem como o rastro de miséria e de doenças que espalha por onde se instala. Conforme assinala o prefaciador, Lira Neto, parte da crítica considera o livro “A Fome”, a “obra inaugural do grande ciclo de literatura sobre as secas no nordeste do Brasil”. E atesta ser “um livro profundamente amargo”. “A Fome” relata a saga de Manuel de Freitas e de sua família, uma das mais antigas e importantes do sertão, a qual se vê obrigada a se mudar para Fortaleza, em decorrência dos terríveis efeitos da seca de 1877. A fortuna do protagonista, empregada em gado e escravos, teve de ser vendida para garantir o sustento mínimo de sua família, embora fossem obrigados a emigrar para Fortaleza, em uma caminhada sofrida, lenta, sedenta e faminta, que os faria se deparar com a morte de tantas pessoas que não conseguiram concluir o mesmo percurso,
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza