Lu Couto* Nasci em Ceres, cidade do interior de Goiás. Meus pais, de origem humilde, mal sabiam ler e escrever. Moraram na zona rural longos anos. Os meus irmãos mais velhos me contam que meu pai todos os dias quando chegava da roça, após árduo trabalho sob sol escaldante, ligava seu velho rádio de pilha para ouvir músicas. Só gostava de ouvir músicas sertanejas. E todas as noites, minha mãe, também cansada das tarefas do lar, se punha a arrumar o simples jantar. Enquanto isso, meu pai sentava em um banco do lado de fora da casa para ouvir suas modas sertanejas. Momento esse, em que meus dois irmãos mais velhos brincavam sob seu olhar atento. Depois de alguns anos, meus pais mudaram para a cidade de Ceres, para que os meus irmãos mais velhos pudessem estudar. E lá, eu nasci e cresci. Passei toda minha infância, adolescência e fase adulta sempre vendo meu pai ouvindo canções sertanejas em seu inseparável amigo rádio. Lembro-me, como se fosse hoje, de algumas canções qu
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza