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Mostrando postagens de setembro 18, 2018

Adjetivando a vida

Carlos Delano Rebouças* A vida é bela. Tema de filme, não é? Sim, inclusive vencedor de Oscar, ao retratar a forma como um pai espirituoso conseguiu lidar com os horrores de um campo de concentração, cuidando de seu filho, para que o mesmo não percebesse aquele universo de desumanidade. Roberto Benigni foi maravilhoso na sua interpretação. Fantástico numa postura exemplar de um pai que protege o filho de forma sábia e inteligente, num esforço descomunal para adjetivar a vida, como o próprio título do filme apresenta: A Vida é bela. Muitos não enxergam assim – que a vida não é tão bela quanto Benigni enxergou em seu personagem – pelo contrário, apresentam sempre motivos para ser adjetivada de forma negativa, ou pelo menos, vista com atributos que não estimulam tanto otimismo. Guido Orefice, personagem principal do filme, teria todas as razões para se entregar à tristeza, levando consigo seu filho, não é? Preferiu esforçar-se como um verdadeiro ator revelado na figura de u

As dores da humanidade

Padre Geovane Saraiva* Batizado de Maria Clara, filha de  Jackson  e Adelaide (15/09/2018)  Em cada celebração do banquete nupcial do Cordeiro, ou Ceia Pascal, de Jesus com seus discípulos, faz-se presente e atualiza-se o que Cristo realizou, no presente da salvação, dom e graça para a humanidade. Ao se recordar o passado, que se faz presente na vida das pessoas, antecipa-se o futuro, na forte expressão que se repete em cada eucaristia: "Ele está no meio de nós". A partir da Solenidade da Exaltação da Santa Cruz (14/09) e da memória de Nossa Senhora das Dores (15/09), veio à minha mente que, no Cristo Ressuscitado, se encontra a síntese da existência humana, recordando-me das aulas do Monsenhor Urbano Zilles sobre o Tratado da Escatologia, há mais de 30 anos. Pensei no aniquilamento ou suplício da cruz, mistério a envolver o homem e todo o universo. Por maior que seja seu amor próprio, ele é chamado a externar com um "não" ao absurdo das trevas da mort

Haruki Murakami retira nomeação de Nobel de literatura "alternativo"

Autor japonês era finalista junto a Kim Thuy, Neil Gaiman e Maryse Conde Haruki Murakami retira nomeação de Nobel de literatura "alternativo" | Foto: Henning Bagger / Scanpix Denmark / AFP / CP   O autor japonês Haruki Murakami, finalista do "Prêmio Nobel de Literatura Alternativo", retirou sua nomeação, dizendo aos organizadores que ele quer se concentrar no trabalho e evitar os holofotes. O New Academy Prize em Literatura foi fundado por mais de 100 intelectuais em protesto após a Academia Sueca, que seleciona os ganhadores do Nobel,  adiar o prêmio deste ano  por laços duradouros com um homem acusado de agredir várias mulheres durante o pico do movimento #MeToo do ano passado. A New Academy disse em um post no Facebook no sábado que Murakami, autor do "Norwegian Wood" e que é frequentemente indicado para o Prêmio Nobel de Literatura, "expressou sua gratidão por ter sido indicado, escrevendo 'É uma grande honra para mim'". &

Curta cearense "Boca de Loba" discute questão do assédio às mulheres

por  Diego Benevides - Crítico de cinema Na foto maior, equipe do filme "Boca de Loca"; e a diretora Bárbara Cabeça: trabalho é a única obra cearense no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro Iniciada na última sexta-feira (14), a 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro reafirma o compromisso de refletir, por meio da produção audiovisual contemporânea, temáticas sensíveis à nossa sociedade. O panorama exibido até agora abre espaço para filmes urgentes que evidenciam questões de gênero, etnias, classes sociais e, claro, o futuro do Brasil pós-eleição. Único filme cearense na competição desse ano, o curta-metragem "Boca de Loba", dirigido por Bárbara Cabeça, abriu a programação do sábado (15) para discutir o corpo feminino e suas relações com as ruas do Centro de Fortaleza. Realizado coletivamente por jovens cineastas - a maioria mulheres - a obra busca o registro, por meio da performance, das sensações femininas dentro de uma sociedade machi

Uma criança morre a cada cinco segundos no mundo, alerta OMS

De acordo com as agências, desse total de mortes, 5,4 milhões delas ocorreram com crianças de menos de 5 anos. Criança chora após ataque nos arredores de Damasco, na Síria, em dezembro de 2016. (Abd Doumany/AFP) Um informe produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Banco Mundial e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) aponta que, apesar dos avanços importantes nos últimos 25 anos no combate à pobreza, a morte de crianças continua em níveis "inaceitáveis". A cada cinco segundos, uma criança de menos de 15 anos não sobrevive a doenças, violência ou acidentes no mundo. Em 2017, 6,3 milhões morreram e, segundo o levantamento, a maioria delas poderia ter sido salva. De acordo com as agências, desse total de mortes, 5,4 milhões delas ocorreram com crianças de menos de 5 anos. No Brasil, as entidades também apontam para uma estagnação nos avanços para evitar as mortes neonatais no Brasil entre 2016 e 2017. Em 1990, o País re