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Mostrando postagens de abril 17, 2019

Imprensa censurada

O que melhor pode representar a existência da democracia em um país é a plena garantia da liberdade de expressão. Sendo o Brasil um Estado Democrático de Direito, é assegurado no inciso IX do art. 5º da Constituição Federal: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”; Claro como a luz do sol, podemos compreender que a liberdade de expressão alcança um amplo universo, exercida sob as mais variadas formas: livros, músicas, pinturas, esculturas, artigos científicos, blogs, sites, revistas, jornais, televisão... Obviamente, aquele que, quando do pleno uso de sua liberdade de expressão – seja qual for a forma e o meio utilizados – cometer excessos capazes de ferir direitos de outrem, responderá pelos abusos, cabendo àquele que se considerar ofendido exigir o direito de resposta, ingressar com ação de indenização por danos morais ou mesmo interpor queixa crime e/ou representação, quan

Herança do governo golpista

Carlos Delano Rebouças* Herança do governo golpista do Temer, tendo plena continuidade no atual desgoverno, a jornada de trabalho diária de quatro horas parece resolver os problemas de muitos trabalhadores que só assim conseguiram retornar ao mercado. Contudo, ao mesmo tempo em que pode se sobrar tempo para o exercício de outro atividade remunerada para complementar o apertado orçamento, na extrema maioria, na informalidade, também não se atenta para o fato de contribuir com uma alíquota mais baixa, diante do fato de os proventos serem praticamente a metade dos de um ofício com carga horária completa,  impactando, inevitavelmente, na futura e improvável aposentadoria, e formando, quem sabe, uma legião de aposentados apenas com o salario mínimo ou aproximado. Em outras palavras: resolve-se um grande problema (sobrevivência), base da pirâmide de Maslow, mas semeia-se um outro ainda maior, que é a má qualidade de vida futura da sociedade. *Professor de Língua Portuguesa e

A literatura nazista na América: ainda bem que é ficção

O livro é do chileno Roberto Bolaño Por:  ROMAR BELING/GAZ.COM.BR Foto: Divulgação Escrever prosa de ficção de qualidade, com originalidade revolucionária, já não é tarefa das mais simples. Bastaria reparar na ampla oferta de obras de perfil médio nas livrarias, em contrapartida aos eventuais romances que rompem a mesmice e promovem avanço radical no mundo artístico. Como em tantas outras áreas do conhecimento, e como ocorre no mundo natural, a literatura também é feita de mais joio do que trigo. Mas se além de escrever ficção o desafio ainda envolve ficcionalizar todos os autores de uma suposta bibliografia, isso tende a ser homérico: é o que fez o chileno Roberto Bolaño, em A literatura nazista na América, que chega pela Companhia das Letras. Bolaño não cansa de surpreender o leitor brasileiro, e isso mais de 15 anos após a sua morte, precoce, em 2003, aos 50 anos. Cada nova obra do chileno, nascido na capital, Santiago, em 1953 (faria aniversário no próximo dia

Criança ensina vendedor de picolé a ler e a escrever em chão de pátio da escola

Bárbara Matos, de 9 anos, alfabetiza Francisco Santana Filho, de 68 anos, após suas aulas na escola Bárbara e Zezinho durante aula no chão do pátio da escola. (FOTO: Divulgação/Diocesano Crato) “Eu fico com a pureza das respostas das crianças…” A letra de Gonzaguinha reconhece a sabedoria de quem enxerga a vida sob um olhar mais sensível. Uma sensibilidade reconhecida na pequena Bárbara Matos, de 9 anos, aluna do Colégio Diocesano, no Crato. Após as aulas, ela senta no pátio da escola para ensinar o vendedor de picolé Francisco Santana Filho, de 68 anos, a ler e a escrever. A prática se repete desde 2017, mas só esta semana o registro feito por uma professora ganhou as redes sociais e trouxe luz à história. “Algumas amigas minhas me ajudam. Aí, foi assim, eu tava aprendendo. Ele disse que não sabia e eu disse então vou te ensinar. Aí fui e ensinei a ele”, disse a aluna do 4º ano. Conhecido por “Zezinho”, Francisco vende picolé desde os 12 anos de idade e frequenta a escola

Principal nome da literatura feita para crianças no Ceará, Horácio Dídimo, morto em 2018, pode ser homenageado em Dia Estadual da Literatura Infantil

Capa de livro de Horácio Dídimo (Foto: DIVULGAÇÃO) Horácio Dídimo não traçou muitas linhas em seus últimos meses de vida. Acometido por um leve quadro de demência, acabou afastado do que tanto lhe dava prazer. Quando morreu, em setembro de 2018, aos 83 anos, o escritor cearense deixou um legado de décadas de vida dedicadas à literatura, às letras, à docência e à arte, e uma importante herança para a literatura cearense com uma vasta obra, especialmente para o público infantil. Foram livros publicados a perder a conta. Por estas e outras razões, desde a última semana, tramita na Assembleia Legislativa um projeto de lei que cria o Dia Estadual da Literatura Infantil. A proposta, de autoria do deputado Renato Roseno (Psol), é celebrar a data no aniversário de Horácio Dídimo - comemorado no dia 23 de março. A proposta vai seguir para as comissões responsáveis e depois será encaminhado para o plenário. Caso o projeto de lei ganhe adesão, além do Dia Nacional do Livro Infantil - celeb