Alugar a cabeça, o tronco e os dedos para redigir aquilo no qual você não acredita é se alugar para sonhar Sigo não me alugando pra sonhar, mas prospectando novos sonhos (Green Chameleon/ Unsplash) Ricardo Soares* Me aluguei para sonhar o sonho dos outros. E deixei de sonhar os meus. Quando você é pago para escrever as histórias e os sonhos alheios, contar fatos que não são os seus sobre vidas que não são as suas é evidente que você se alugou para sonhar o sonho alheio. E nem precisa ser ghost writer para isso. Alugar a cabeça, o tronco e os dedos para redigir aquilo no qual você não acredita é se alugar para sonhar. É perder o tempo, o viço e a esperança de um dia, enfim, trabalhar para si e não para os outros. Penso exatamente nisso quando vejo os meus amigos aqui ao redor dessa mesa impessoal, sorvendo um inhoque insosso, sem o viço que um dia tiveram. Penso nisso quando os vejo brindar com comedimento, trocar receitas de farmácia, falar de especialistas cardiovasculare
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza