Muitas singularidades marcaram a vida e a pós-vida de Walter Benjamin. Judeu alemão, nascido no fim do século XIX, em 1892, morreu na Europa quando a Segunda Guerra Mundial ainda estava em curso. Passadas mais de sete décadas, seu nome não cessa de ser enunciado, escrito, lido e ouvido - na Universidade, na imprensa e em praticamente qualquer seara de produção intelectual, que tenha nas humanidades uma fonte e uma finalidade. A capacidade de atravessar os séculos pode ser comum a muitos filósofos. Esse "muitos", claro, é relativo e coincide com os grandes do pensamento ocidental; estar entre eles é, por si só, uma distinção. Colocar-se como uma esfinge, que exige um esforço permanente de interpretação e de reinterpretação é para um grupo menor neste diminuto clube. Neste, Benjamin também tem seu lugar. Mais solitária só mesmo a posição de quem imbricou vida e obra e que praticamente impõe a seus críticos considerar sempre a primeira, em busca de pistas para a segunda. Es
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza