A gafe histórica na entrega do Oscar no início deste ano pode ser usada como símbolo para decifrar 2017 para a cultura. Por uma confusão dos apresentadores da premiação, o longa-metragem La La Land, um musical clássico que exalta Hollywood, foi anunciado como melhor filme. Minutos depois, porém, veio a notícia do erro: o vencedor foi, na verdade, Moonlight, um drama gay com elenco totalmente negro. Como os dois filmes, o ano foi assim: uma corda bamba entre estruturas consagradas (algumas conservadoras) e avanços progressistas de temáticas e representatividade das ditas minorias. E se Donald Trump projeta um muro para impedir a entrada de imigrantes nos Estados Unidos, por meio da música, os latinos entraram em solo norte-americano pela porta da frente e com tapete vermelho. Puxado pelo sucesso Despacito, o reggaeton, ritmo musical de origem caribenha, dominou a indústria do pop mundialmente com artistas como J. Balvin, Maluma e Daddy Yankee. No Brasil, a batida dançante se cons