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Mostrando postagens de abril 8, 2017

Indagações

Gonzaga Mota* Com certeza esta manhã é a primeira do meu fim. Todavia, espero que não seja a última da minha vida. Com as bênçãos do Senhor, desejo viver mais para tentar amar, fazer o bem; ter fé e esperança; como também pedir e agradecer. Assim, deve-se buscar viver num ambiente onde prevaleçam a amizade e a solidariedade e não o interesse e a falsidade. Ademais, ser feliz não é simplesmente ter uma existência boa, mas a convicção de que apesar dos desafios e das dificuldades é importante viver. Dentro desta linha de raciocínio, apresenta-se um poema/prosa, fugindo dos aspectos formais, sem rima e sem métrica, consubstanciando indagações para refletir e, se possível, alcançar uma vida melhor. Talvez! Eis o texto, formado por 10 estrofes, sendo um terceto, oito dísticos e uma quadra: 1) A vida é um belo dom. Não se sabe a hora da partida. Passa rápido como o som. 2) Por quê ambicionar o poder? Mais vale cumprir o dever. 3) Por quê, cada vez mais, buscar o dinheiro? Importante é s

Professores criam game em um ambiente cultural real

Quixadá . A ideia surgiu há seis anos, quando os professores Ronaldo Soares e Cícero de Freitas resolveram criar um jogo virtual, um game, com características tipicamente locais. O lugar escolhido foi onde os esportes de aventura costumeiramente afloram, entre os monólitos de Quixadá. Mas se em matéria de esporte a cidade conquista muitos adeptos, na cultura não é bem assim. Muitos nem conhecem um interessante espaço num pequeno chalé, encravado sobre um desses monólitos, no Centro da cidade, o Memorial Rachel de Queiroz. No game, baseado em fatos reais, que recebe o título "Quixadá Discovery - O mistério do óculos", o desafio é encontrar os óculos da escritora, furtado em janeiro de 2013 da sua estátua, na Praça da Cultura, na época motivo de polêmica na cidade. O jogador incorpora uma detetive virtual e passa a caminhar até o Memorial Rachel de Queiroz, um espaço cultural criado especificamente para homenageá-la. A estátua fica ao lado do Memorial. Os óculos reais aparecer

Paranoia nuclear, disputas ideológicas e narrativas sem cérebro eram arsenal dos filmes de ação oitentistas

Com o fôlego renovado por conta da Guerra Fria, Hollywood entendeu o recado e lançou uma sequência cavalar de produções que pingavam testosterona através dos anos 1980. Objeto máximo da era Ronald Reagan (canastrão em forma de presidente que ficou de 1981 a 1989 no cargo) grande parte desse material refletiu os tempos em que foram produzidos e esgarçaram um modo estético e cultural de realizar cinema. Desde o término da Segunda Guerra Mundial, a quebra de braços ficou entre Capitalismo e o Comunismo, representados pelos Estados Unidos e pela União Soviética (URSS) respectivamente. As duas potências disputavam palmo a palmo áreas de atuação pelo globo e ambos empreendiam uma corrida armamentista caótica. A ameaça de um conflito atômico era eminente e, além de ogivas nucleares, os caubóis do Tio Sam possuíam outra arma poderosa na manga: o cinema como território de propaganda ideológica. Capaz de influenciar as audiências e propagar uma série de ideologias que legitimam projetos políti

Livros para contar o Ceará

Na porta envidraçada que dá acesso à biblioteca de José Augusto Bezerra, a mensagem aparece literalmente transparente: “Bate o pó das tuas sandálias, pois o chão em que pisas é solo sagrado”. Bastam alguns instantes de conversa com o bibliófilo – fundador da Associação Brasileira de Bibliófilos e ex-presidente da Academia Cearense de Letras – para então compreendermos o porquê de ele ter elegidoa passagem do Êxodo para ilustrar o cartão de visitas de onde mora. É que José Augusto posiciona os livros que possui numa espécie de panteão sagrado. Junto deles, há as condecorações que ganhou, há escritos que esboça em momentos de inspiração, há arte brotando por entre as quatro paredes e as prateleiras que nelas estão. Há também, nas páginas impressas sob seu domínio, a história do livro no Ceará, de quando aconteceram as primeiras publicações neste solo, de quem foram os nomes mais proeminentes no Estado. Uma digressão que começa com a formação da Impressão Régia – considerada a primeira