Padre Geovane Saraiva* Na Quaresma, os apelos da fé e da esperança chegam a nós de muitos modos, como nos variados tempos e circunstâncias. Como é maravilhosa a imagem do encontro e da queda de Saulo no caminho de Damasco, descobrindo algo divino nas areias sagradas daquela estrada! É a voz misteriosa e infinitamente maior a desmantelar sua incontida convicção, transformando-o e, doravante, se doando por completo a Deus, no serviço da humanidade. Para Francisco de Assis, igualmente alegoria, no grandioso e epopeico custo de não só descer ladeira abaixo no belo, encantador e deferente cavalo, que na circunstância montava, mas também do cavalo do orgulho e da vaidade, no sonho juvenil de conquistar grandes títulos da nobreza de seu tempo. A Quaresma quer, de verdade, nos envolver em mistério, como asseverava Dom Helder: “Quando as palavras somem, quando os cuidados adormecem, quando nos entregamos, de verdade, nas mãos do Senhor, o grande silêncio nos mergulha na paz, na confian