Há 30 anos, o escritor Francisco Siqueira de Lima, 70, voltou a experimentar as viradas dos anos em liberdade. Mas nem sempre foi assim. Por 11 anos, o hoje presidente da Academia Maracanuense de Letras, em Maracanaú (Ceará), conta que “perdeu” as festas de Réveillon porque estava encarcerado entre presídios do Rio de Janeiro e em Fortaleza. É por isso, narra Siqueira de Lima com convicção, que pedir por “liberdade” é o principal desejo repetido por ele nas últimas três décadas de existência de alguém que experimentou o sistema penitenciário brasileiro. “Estou livre há 30 anos e não há volta, irei me manter assim até os últimos dias de minha vida”, firmou consigo. Antes liderar uma academia literária em um dos municípios mais violentos da Região Metropolitana de Fortaleza, o também motorista aposentado cumpriu pena em regime fechado por ter sido flagrado assaltando a mão armada no estado fluminense e, depois, ter praticado um homicídio, no Ceará. “Foram tempos de inferno e,
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza