Parece que Bergoglio gosta de ser o bispo de Roma, só não quer assustar demais os adversários. Por Francesco Peloso Um mestre do golpe de cena. No dia em que se celebravam os dois anos de pontificado, Bergoglio, primeiro, conseguiu evocar em uma entrevista o tema da sua renúncia para, depois, anunciar de surpresa um Ano Santo extraordinário dedicado à misericórdia: o que de mais clássico pode propor o menu eclesial em matéria de tradição pontifícia. Só que o Ano Santo de Francisco não será igual ao de outros papas: nada de capas douradas como João Paulo II, que cruzou na noite de Natal de 1999 a Porta Santa da Basílica de São Pedro, já doente, encurvado sobre si mesmo, deslumbrado pelas luzes das transmissões televisivas. O ponto mais alto da Igreja triunfante. Bergoglio não vai ceder às pompas papais, o estilo é outro, e misericórdia é, justamente, a palavra-chave do pontificado que significa, no magistério de Francisco, perdão, acolhida, atenção aos pobres. É a "
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