Ampliar foto Mary Poppins, em ilustração original de Mary Sheppard. MAIS INFORMAÇÕES Clarice Lispector, a escritora inqualificável no estilo e na forma Robert Gottlieb: “Há agora um escritor como Faulkner? Deixe-me pensar. Não, temo que não” Mary Poppins não é Julie Andrews. Dá medo. É magra, circunspecta, tem pés grandes e se acha muito mais bonita do que realmente é. Lança olhares “fulminantes”, “ferozes”, capazes de “mergulhar no mais profundo das pessoas e ver o que [estão] pensando”. Tem intenção dissimulada, mas sorri pouco e de forma enigmática; bufa e resfolega aborrecida, faz isso sem parar. Gosta de ter a última palavra: uma versão mais ou menos zombeteira de “ai, cale-se”. E é prima segunda, por parte de mãe, da cobra-real, “o ser mais sábio e terrível de todos nós”, segundo o urso pardo. Tudo isso, e todo o contrário, é a Mary Poppins que Pamela Lyndon Travers (Maryborough, Austrália, 1899-1996) urdiu em oito livros , publicados ao longo de seis
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza