Por Josely Teixeira Carlos Professora de Linguística, pesquisadora com doutorado sobre Belchior defendido na USP Foto: Maurício Vieira / Agencia RBS As mais necessárias personalidades, em tempos de crise, talvez sejam os artistas. São eles os responsáveis por oxigenar as ideias e renovar a reflexão para que se afirme justamente o novo, o novo que sempre vem. Crises em geral, de ordem econômica, política, social, não raras vezes estão acompanhadas de crises da produção e recepção da arte, geradas pela censura, pela ausência de educação do gosto, pela impossibilidade de um caminho comunicacional. O excêntrico passa a ser essencial. O que está fora do centro passa a lançar luz ao centro. Fará falta Belchior (1946 – 2017), apesar de já ser conhecida a incomunicabilidade gerada por contingências ainda não explicadas em sua biografia, mas aparentemente originadas por uma recusa voluntária aos palcos, e ainda não muito bem formulada ao seu público, órfão há cerca de uma década d
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza