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Cardeal-patriarca de Lisboa destaca imperativo de «estar com quem mais precisa»
Agência Ecclesia 26 de Fevereiro de 2016, às 16:14       
D. Manuel Clemente apelou ao «cristianismo prático» numa nova catequese inserida no tempo da Quaresma

Lisboa, 26 fev 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa explicou hoje que as Obras de Misericórdia Corporais - assistir aos enfermos; visitar os presos; enterrar os mortos - correspondem ao imperativo de “estar com os outros quando eles mais precisam”.

“Estas obras têm e terão sempre uma enorme aplicação na vida de qualquer cristão, de qualquer ser humano, o ser solidário com os outros. Nesta Quaresma com certeza que não as deixaremos passar fora das nossas próprias vidas”, assinalou D. Manuel Clemente.

No vídeo divulgado hoje pelo Patriarcado de Lisboa, o prelado comenta três Obras de Misericórdia – ‘Assistir aos enfermos; Visitar os presos; Enterrar os mortos’ -, que são para reter na “melhor tradição do cristianismo prático”.

Para o cardeal-patriarca de Lisboa, às vezes, a sociedade “compartimenta demasiadamente” as pessoas afastando-as “demais umas das outras” e isso “não pode ser”.

“Em relação à doença, vão para um estabelecimento hospitalar ou ficam em suas casas, não os visitamos, desaparecem-nos do contacto diário; outras vezes porque estão presas, estão no estabelecimento prisional, também não nos interessam, não os vemos, é como se não existissem”, alertou.

Sobre ‘enterrar os mortos’, D. Manuel Clemente lembra a “passagem rápida e fugaz por um velório, por um funeral”, considerando que o momento da morte tem de ser muito mais do que isso.

Tem de ser uma “manifestação da dignidade que eles não perderam”, refere o responsável católico, sobre os que partiram, recordando ainda os "parentes que precisam de solidariedade no seu luto”.

Segundo o prelado, que comentou as três obras de misericórdia  individualmente, ‘Assistir aos enfermos’ é uma obra de “aplicação permanente” porque existem "sempre” pessoas que, de algum modo, estão enfermas de corpo ou de espírito e que “precisam” de “todo o tipo” de assistência.

Quer a que se possa “prestar como sociedade” quer individualmente, cada pessoa, enquanto “companhia”, uma atitude que particularmente nesses momentos “se deve avivar e concretizar”.

“Assistamos aos enfermos com redobrada presença e acuidade nesta Quaresma”, exortou D. Manuel Clemente.

Sobre visitar os presos, o cardeal-patriarca recordou que no sistema prisional “há muitíssimas pessoas” que não têm visita porque as suas famílias estão longe e, às vezes, nem família têm “que se possa abeirar deles”.

“Tenhamos esse cuidado e sejamos até inventivos e criativos na maneira de o fazer porque essas pessoas que estão presas por azares da vida, por maus passos que deram, estão ali para ser reabilitadas”, desenvolveu.

Em relação à última Obra de Misericórdia corporal - Enterrar os mortos – D. Manuel Clemente referiu que acompanhar quem parte "à sua última morada” demonstra “o apreço” que se tinha por essa pessoa e “a dignidade“ que ela "mantém"..

Neste caso concreto, o cardeal-patriarca acrescenta que estar ao lado dos familiares partilhando o seu luto “é importante como manifestação de solidariedade”.

CB

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