Pular para o conteúdo principal

Plantão Gramatical se mantém com público fiel e alta procura

Há 36 anos em funcionamento, o Plantão Gramatical se mantém com público fiel e alta procura em meio as fontes de recursos virtuais. Credibilidade é razão apontada para o serviço conseguir atravessar tantas décadas

Quando o Plantão Gramatical surgiu, em 1980, não existiam os recursos virtuais para eximir dúvidas de língua portuguesa. Dicionários, gramáticas e enciclopédias eram as fontes de pesquisa. O tempo passou, o mundo evoluiu e, hoje, é possível consultar a correta utilização de uma palavra com poucos cliques. Mas o Plantão Gramatical, ferramenta do Instituto Municipal de Pesquisa Administração e Recursos Humanos (Imparh), continua solucionando questões de ortografia, morfologia, sintaxe e semântica.
Para retirar as dúvidas - explica o professor Francisco Marino, que trabalha no plantão há mais de 20 anos - é necessário apenas telefonar. Na sala repleta de livros, dicionários e gramáticas, seis professores se revezam em turnos para atender as linhas e solucionar os problemas. Mesmo com as facilidades das novas tecnologias, o serviço continua sendo amplamente utilizado. De janeiro a agosto de 2016 foram mais de sete mil atendimentos. O alto índice de procura é explicado pela credibilidade que o Plantão Gramatical galgou ao longo das décadas, aponta Marino. Existem dezenas de páginas com conteúdos e dicionários online, mas nem sempre transmitem confiança.
O serviço completou 36 anos de atuação e, para os próximos meses, continuará crescendo. André Ramos, presidente do Imparh, conta que estão sendo estudadas formas de disponibilizar o tira-dúvidas em site e em aplicativo no celular. Além de questões técnicas, será necessário adequar a estrutura com maior número de professores, novos turnos e infraestrutura. “Estamos analisando as viabilidades. A previsão é lançar os novos formatos para o público até o fim do ano”.

Público fiel
Há quem se pergunte: quem telefona para tirar dúvidas de português quando tantas respostas estão disponíveis na internet? Professores, cerimonialistas, estudantes, revisores e concurseiros fazem consultas. O público é heterogêneo.

Algumas situações, entretanto, são de praxe. Como o dia seguinte a concursos públicos de alta demanda, quando os candidatos ligam para certificar respostas e consultar se é possível anular questões.
A professora Lilian Suassuna aponta diferenças entre o trabalho na sala de aula e as atividades no plantão. Nas escolas, as aulas e os conteúdos são planejados. Já no tira-dúvidas, surgem diariamente questões de vários conteúdos. “Demanda uma grande capacitação”, aponta.
Durante dois anos, a rotina de Artur William Uchôa foi ligar para o plantão diariamente. Hoje guarda municipal, ele se preparava à época para o concurso em casa. “O pessoal até conhecia a minha voz”, brinca. Artur descobriu o tira-dúvidas em um panfleto de telefones úteis. “Sempre fui curioso por português. Estudava em casa, com os meus materiais. Mas sempre surgiam pequenas dúvidas nos conteúdos e recorria ao plantão”, diz Artur. “Até hoje, se quero saber algo, é só ligar para lá”.  

Saiba mais
O tira-dúvidas foi fundado por Agnelo Neves, em 1980. À época, ele presidia a Fundação Educacional de Fortaleza (Funefor), hoje convertida no Imparh.

As dúvidas levadas ao atendimento são variadas. Da utilização de hífen à etimologia de palavras, das colocações pronominais às regências verbais, das acentuações à separação silábica. Tudo, reitera o professor Francisco Marino, é respondido conforme a gramática da língua portuguesa.

A Academia Brasileira de Letras mantém um tira-dúvidas, o Volp. Informações: http://bit.ly/2cUJt0N

Serviço
Plantão Gramatical
Onde: Instituto Municipal de Pesquisa Administração e Recursos Humanos - Imparh (avenida João Pessoa, 5609 – Damas)
Horário: das 8h às 17 horas, de segunda-feira a sexta-feira
Atendimento através do telefone: 3225 1979 

O Povo

Comentários