Padre Geovane Saraiva*
A obra redentora do nosso bom Deus,
mistério a dominar e encantar a história da humanidade, amparado,
evidentemente, pela emblemática veste da ternura, da justiça e da paz, nos
convida, de alma elevada, a colocar diante dos olhos e no coração o que o nosso
Deus carregava consigo: a natureza divina – o Verbo de Deus que se fez carne e
veio habitar em nosso meio.
No Verbo que veio se estabelecer
entre nós é que encontramos as razões de viver, no sonho por justiça e paz para
o mundo, como nos ensina o servo de Deus, Dom Helder, naquilo de mais original,
genuíno, espontâneo e profundo, através dos pensamentos que saíam do seu
interior: “Feliz quem tem mil razões para viver”; “Quando os problemas são
absurdos, os desafios são apaixonantes”; “Quem me dera ser leal, discreto e
silencioso como a minha sombra”.
Como alhures já dissemos, por
vezes, à medida que passam os tempos, a missão da Igreja merece uma maior
atenção, sempre acompanhada de um renovado ardor da parte dos cristãos. Faz-se
mais necessário o valor indizível da oração como sustento da ação missionária e
pastoral da Igreja; e o sucesso de todo trabalho depende, evidentemente, da
íntima e estreita união com Deus dos seguidores de Jesus de Nazaré, na busca
por justiça e paz.
Como é importante e indispensável
se apoiar no Filho de Deus, com uma fé viva, segura, lúcida e consequente! Aqui
deixo como um atraente desafio o exemplo de São Francisco de Assis, na loucura
de um amor caloroso e afeiçoado, voltado para Deus e suas criaturas,
compreendido em profundidade no beijo do leproso. Que seu gesto, de se
perpetuar na história da humanidade, com indeléveis e incomparáveis marcas de
fé e esperança, nos leve a descer do nosso edifício, que pode ser traduzido
pela falta de solidariedade, orgulho, intransigência, desrespeito e
intolerância.
São os apelos por justiça e paz
que chegam a nós de muitos modos, em variados tempos e circunstâncias. Como é
maravilhoso perceber o dom da graça e da generosidade de Deus nessa empreitada
rumo ao sonho de realidade muito acima da nossa, como dizia Dom Fragoso:
“Mulheres e homens crescem quando dão de si mesmo, e não quando estendem as
mãos para receber”.
*Pároco
de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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