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Padre Geovane Saraiva*
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Irmã Dulce nos recorda o exemplo do bom samaritano, que, na sua sensibilidade compassiva, parou e socorreu o pobre homem, encontrado à beira da estrada, ultrajado e enfermo, em consequência de um assalto dos malfeitores. Por essa parábola, que possamos amar o próximo, como a nós mesmos. No texto ela se cumpre, não nos homens instruídos na lei, mas no samaritano, tido pelos judeus e mestres da lei como incrédulo e pecador (cf. Lc 10, 25-37).
A aproximação de Deus, pela vivência de um amor irrestrito e solidário de Irmã Dulce, se torna realidade na comunidade dos que abraçam uma fé durável e sólida, numa Igreja inclusiva, quando pessoas, tidas como mal vistas, vulneráveis e empobrecidas, são pensadas e levadas em conta na ação pastoral. A citada parábola quer se identificar e se configurar com a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, a mesma Igreja em saída, tão visível no Papa Francisco.
Ela, na referida alegoria, carrega consigo neste mundo, convenhamos, as impressões do globalizado e fictício progresso, num consequente indiferentismo, acentuando-se sempre mais o materialismo, com léguas e léguas de distância da proposta do mundo fraterno e solidário. Nada melhor do que o exemplo da Irmã Dulce, nossa santa genuinamente brasileira, que olhou para os necessitados de toda natureza, sentiu a mesma compaixão de Jesus e cuidou deles, sem distinção.
Na Irmã Dulce, o Reino de Deus e sua justiça prefiguram como um sinal da caminhada no constante esforço para que se realize em nós a vontade de Deus, numa adesão a seu projeto de amor, a partir dos bens materiais, mas que se requer, acima de tudo, o aprazimento interior, que se supõe conversão à justiça divina. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
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