Pe. Geovane Saraiva*
O Concílio Vaticano II vai na direção desse pêndulo, na Constituição Pastoral – Gaudium et Spes, ao afirmar: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração”[2].
A assertiva dos últimos dias nas redes sociais – “Perdeu, playboy: STF declara Moro suspeito em todos os processos contra Lula” – levou-me a pensar no trunfo ético e moral, com o qual a sociedade brasileira passou a contar nos últimos anos. Pensou-se até no novo João Batista, naquele prenúncio de tempos novos e messiânicos, mas o que há de se notar mesmo, como lucro maior para o povo brasileiro, é uma abissal frustração, acompanhada da embusteira, falsa e ilusória esperança.
Pela expressão tão repetida na nossa civilização cristã “Quem viver verá”, notam-se, no imaginário religioso das pessoas de boa vontade, ilusões e incoerências plantadas no coração do nosso povo, tão desejoso do “novo”, na busca da verdade e da justiça, além da crença no Deus único e verdadeiro, como um acordar inflamado e coerentemente justo, na direção do absoluto ou da imortalidade.
A despeito do assunto acima, “nada de diversão”, aliás, acho inoportuno comparar o justiceiro Sérgio Moro a um playboy, porque os playboys, oriundos da burguesia ou do baronato, eram pessoas de uma época e cultura que curtiam a vida a seu modo, não sendo de natureza tão malévola, mas, certamente, alimentavam sonhos, embora passageiros. Lembre-se de que a vida é um pêndulo, entre o respirar e o suspirar. Quem viver verá.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, escritor e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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