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Dois conceitos - Totó

Gonzaga Mota*
Entendemos por ética a parte da filosofia que trata de disciplinar e orientar o comportamento humano, ou seja, é a ciência da moral. Esta, por sua vez, representa os bons costumes e a boa conduta, de acordo com os preceitos socialmente fixados pela sociedade. Já a governabilidade pode ser entendida pela qualidade intrínseca do governante, significando a importância da tranquilidade política e sócio-econômica para que um governo possa desempenhar suas atividades básicas.

 Em todos os tempos, a governabilidade só alcançou sucesso na medida em que se apoiou em princípios éticos. "O fim justifica os meios", conforme Maquiavel, não é uma atitude estratégica e muito menos ética, mas uma conduta incorreta que não leva uma sociedade a uma situação de justiça, baseada na essência da democracia. Nos dias atuais existem muitos países ditos democráticos, elegeram seus governantes, todavia, não apresentam uma sincera e clara harmonia entre os  aspectos éticos e de governabilidade. 

Acreditamos que eles fazem parte de um contexto que é a nova versão do colonialismo primitivo e do imperialismo industrial, isto é, a globalização perversa. Defendemos que ética e governabilidade caminhem juntas, buscando uma sociedade politicamente aberta, soberana, de economia forte e socialmente justa. A globalização é importante, porém, sem explorados e exploradores. A globalização deve ser analisada mais como um processo político e cultural do que econômico. Por fim, voltamos a insistir, governabilidade é atender às reais necessidades e carências do povo e não fazer concessões e acordos que possam prejudicá-lo, ferindo a ética.

*Integra a  Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará

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