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Ceará tem melhor desempenho do NE em educação

por Áquila Leite - Repórter
Em todo o Brasil, fizeram o teste cerca de 23 mil estudantes de 841 escolas. Do total de alunos, 78% dos avaliados estavam no ensino médio ( FOTO: ÉRIKA FONSECA )
A principal avaliação de educação básica do mundo, o Pisa 2015, divulgado, ontem (6), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostrou que o desempenho dos alunos brasileiros ainda é um dos mais baixos entre os mais de 70 países e territórios analisados pelo levantamento. Nesta realidade, porém, o Ceará se destacou entre os estados do Brasil, já que não ficou abaixo da média nacional em nenhuma das disciplinas observada no estudo.
Em Ciências, o Estado obteve 401 pontos no Pisa 2015, nota igual à média do País para o período. O Ceará também registrou 382 pontos em Matemática e 409 pontos em Leitura, médias superiores ao resultado nacional nas duas disciplinas, que foi 377 e 407 pontos, respectivamente. Com essas notas, o Ceará é o estado do Nordeste que obteve o melhor desempenho nas três disciplinas analisadas.
Em Leitura, o Ceará teve sua melhor pontuação (409), com 15 pontos à frente de Pernambuco, segundo colocado do Nordeste no ranking. Matemática, os cearenses obtiveram 22 pontos a mais do que os pernambucanos, enquanto que em Ciências a discrepância foi de 18 pontos.
No cenário nacional, o Nordeste foi a região que registrou o pior desempenho no Pisa 2015. Maranhão, Bahia e Alagoas tiveram as menores pontuações em todas as disciplinas. A discrepância entre Alagoas (último colocado no ranking) e Espírito Santo (primeiro lugar) em Leitura é de 79 pontos, o que, segundo a OCDE, corresponde a mais de dois anos de aprendizado, já que 30 pontos equivale a um ano letivo.
O desempenho da região foi tão ruim que em matemática, o Ceará foi o único estado do Nordeste com nota acima da média nacional. "Essa desigualdade interna revela uma desigualdade grande do País, inclusive do ponto de vista social e econômico", afirmou a secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
Nacionalmente, o Pisa 2015 indica estagnação no desempenho dos alunos brasileiros, com resultados muito baixos diante dos demais países analisados. Pela segunda edição consecutiva, inclusive, as médias dos alunos brasileiros não avançaram nas três áreas avaliadas pela OCDE.
Mais de 70% dos alunos brasileiros, aliás, não conseguiram alcançar o nível 2 da avaliação, em uma escala que vai até 6. A maioria dos brasileiros não é capaz de interpretar e reconhecer situações em contextos que não exigem mais do que uma inferência direta. A OCDE considera o nível 2 o mínimo adequado para exercer a cidadania.
Pesquisa
O Pisa 2015 avaliou mais de 540 mil estudantes, amostra considerada representativa de 28 milhões de jovens na faixa etária de 15 anos. No Brasil, fizeram o teste cerca de 23 mil estudantes de 841 escolas. A maior parte dos avaliados (78%) estava no ensino médio. O teste analisa as redes pública e privada, mas 74% daqueles que fizeram a prova está na rede estadual.

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