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Filme 'Como Nossos Pais' ganhador de prêmio chega aos cinemas

Confira um resumo dos principais filmes que estreiam nos cinemas do país nesta semana.
Cena do filme
Cena do filme "Como nossos pais" da diretora Laís Bodanzky. (Divulgação)

Por Alysson Oliveira e Luiz Vita
Veja um resumo dos principais filmes que estreiam nos cinemas do país nesta semana:
"Como nossos pais"
- Ganhador de diversos prêmios no mais recente Festival de Gramado (entre eles, melhor filme), o longa de Laís Bodanzky tem ao centro Rosa (Maria Ribeiro), que tenta lidar com as pressões e atribulações da família e sociedade. Mãe de duas filhas pequenas e mulher de um antropólogo (Paulo Vilhena), ela sofre um choque quando sua mãe (Clarisse Abujamra) revela que não é filha biológica daquele que sempre conhecera como seu pai (Jorge Mautner).
A trama nasce da crise de identidade de sua protagonista, que vê abalada uma das poucas certezas a que se apegava na vida, começando a investigar quem ela é e qual seu papel no mundo.
Suas descobertas – de que, por imposição, vivemos uma vida de aparências – podem ser um tanto óbvias, mas as interpretações de Maria e Clarisse transbordam honestidade e lhes garantiram os merecidos prêmios de atriz e atriz coadjuvante no festival gaúcho.
"Atômica"
- “Não confie em ninguém”, diz Lorraine Broughton (Charlize Theron), loira fatal e espiã britânica, a outro espião que deve ajudá-la a encontrar uma lista de agentes infiltrados, às vésperas da queda do muro de Berlim. Esse é um bom conselho também para o espectador diante de cada personagem e cada reviravolta de “Atômica”, que traz de volta o espírito dos filmes de espionagem, mas em ambientação mais suja e violenta do que a das fitas de James Bond.
Não há carros maravilhosos e mulheres deslumbrantes para atrair a atenção. Há Charlize Theron. E ela vai estar em praticamente todas as cenas, envolvida em acidentes e lutas violentas e surpreendentes, tanto que quebrou dois dentes durante as filmagens.
Agente do M16, o serviço secreto britânico, Lorraine é despachada para Berlim, com a missão de pôr as mãos em uma lista de espiões que custou a morte de um colega. Seu contato na Alemanha é David Percival (James McAvoy) que também faz parte da missão, mas não lhe inspira muita confiança. O ano é 1989, o regime comunista na Alemanha Oriental está prestes a desmoronar e a instabilidade política pode por tudo a perder. Baseado na graphic novel “The Coldest City”, de Antony Johnston e Sam Hart, o filme marca a estreia de David Leitch na direção, mais conhecido como dublê de filmes de ação.
"Dupla explosiva"
- Há algo de nostálgico, remanescente das comédias de ação dos anos de 1980, em “Dupla Explosiva”, suspense em que Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson precisam unir forças para chegar a um tribunal da ONU e depor para a condenação de um ditador (Gary Oldman).
Jackson é um matador preso, cujo depoimento poderá colocar o ditador atrás das grades. Mas, para isso, precisa ser transportado até a Holanda. Seu inimigo sabe disso e sua cabeça está a prêmio. Reynolds é um guarda-costas amargando a perda de um cliente, cuja vida era sua responsabilidade. Sua chance de reerguer-se na profissão é protegendo o assassino de aluguel até chegar ao tribunal.
Dirigido por Patrick Hughes, o filme tira proveito tanto das situações de ação quanto de humor – contando com o timing da dupla central e de Salma Hayek, a mulher do matador que está presa.
"Emoji - O Filme"
- Talvez, num primeiro momento, no papel, a ideia de fazer um filme estrelado por emojis soasse como algo bem sacado – o resultado, no entanto, está bem distante de qualquer boa intenção que a animação dirigida por Tony Leondis pudesse ter tido. Na melhor das hipóteses, trata-se de uma versão genérica de “Divertida Mente”, sem a sagacidade e o brilho do longa da Pixar.
Gene é um emoji que representa a indiferença, com os cantos de sua boca voltados para baixo. Cada figurinha deve representar apenas um sentimento, mas ele é incapaz de se conter - quando começa a fazer diversas feições, o dono do celular onde mora resolve zerar o aparelho, e isso deverá acabar com sua vida e a de todos seus amigos.
Gene, acompanhado de Bate Aqui e uma hacker, viaja pelos aplicativos, tentando chegar à nuvem e salvar todos. Tal qual seu personagem, o filme é indeciso e não sabe se é contra ou a favor do uso de celular, ou se quer ser uma comédia ou dar uma bela lição às crianças.
"David Lynch, a vida de um artista"
- Uma das grandes qualidades deste documentário é investigar a conexão entre a vida e a obra do premiado cineasta norte-americano David Lynch sem nunca usar uma para explicar a outra. Um retrato intimista e impressionista dessa figura tão peculiar, o longa joga luz sobre seus filmes e séries ao recontar sua trajetória desde a infância.
Experiências quando criança – como uma estranha mulher nua e ensanguentada que acredita ter visto na rua – irão, aos poucos, formar a mente do pequeno David, que acaba se envolvendo com a arte, mesmo que seu pai quisesse que ele arrumasse um outro tipo de trabalho. Para sorte do cinema, ele não ouviu o conselho.
A entrevista de Lynch, gravada em encontros durante três anos, acontece enquanto ele pinta seus quadros – que não são menos estranhos do que seus filmes –, enquanto relembra o caminho que percorreu até tornar-se o diretor de obras cultuadas, como “Eraserhead”, “Twin Peaks” e “Mulholand Drive”.

Reuters

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