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A atriz e dramaturga Mônica Martelli retorna ao universo da personagem Fernanda
Casar, procriar e ser uma dona de casa temente ao marido e ao lar. Bem, essa pode ser a escolha de vida para muitas pessoas no Brasil. Para Fernanda, no entanto, interessa percorrer outros destinos. Amar significa cuidar de si e ter domínio das próprias escolhas. Esta personagem diz muito sobre a artista por detrás de sua criação. Falamos da atriz e escritora Mônica Martelli, estrela da produção "Minha Vida em Marte", que chega às salas brasileiras dia 25 de dezembro.
Continuação direta de "Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou" (2014), no novo capítulo a protagonista segue casada com Tom (Marcos Palmeira) e ambos têm uma filha de 5 anos, a cativante Joana. O casal passa por uma crise das mais brabas no relacionamento, onde os desgastes e as intolerâncias da rotina a dois está no nível máximo. Diante de momentos tão turbulentos, resta a Fernanda contar com o apoio incondicional de Aníbal (Paulo Gustavo), sócio e companheiro inseparável. Ao lado do parceiro para todas as horas, esta mulher tenta retornar aos trilhos. A missão passa por superar as cobranças da sociedade e estabelecer outros rumos ao ideal de felicidade no amor.
Com direção de Susana Garcia, "Minha Vida em Marte" vasculha outros desdobramentos dentro deste universo. Surgida pela primeira vez no teatro em 2005, quando Martelli lançou a comédia "Os Homens São de Marte... E É Pra Lá que Eu Vou", Fernanda foi criada para debater os relacionamentos e discutir o empoderamento feminino. Então com 36 anos, a autora testemunhou o espetáculo tornar-se sucesso, alcançar mais de 2,5 milhões de espectadores e dar origem a um longa homônimo. O trabalho também virou série televisiva e segue como uma das maiores audiências do canal GNT. Neste retorno aos cinemas, a atriz divide com o público o resultado de quem teve a coragem de desbravar outros mundos. O planeta Marte, tão presente no título reverbera a opção de Fernanda por adentrar o desconhecido.
Naturalidade
Em 2018, Fernanda vê a proximidade dos 50 anos como uma espécie de marco reflexivo. O marido é distante e pouco preocupado com as motivações da companheira. Na procura de respostas para a sobrevivência conjugal, a empresária, dona de uma agência que realiza casamentos, tem de enfrentar a desconfiança com o próprio corpo, a obrigação de manter as aparências para os outros e dar continuidade aos projetos pessoais. Muito das experiências de vida da atriz estão presentes na versão fictícia.
A adaptação resgata a amizade entre Martelli e Paulo Gustavo. É essa relação quem domina boa parte das gags e situações na obra guiada por Susana Garcia - irmã de Mônica e responsável, também, pela condução do monólogo que inspirou o filme.Em "Os Homens São de Marte...E É Para Lá que Eu Vou!" (2014), Fernanda aturava a crise por não ter encontrado o par ideal. Nesta sequência, as decisões da protagonista passam a ter um peso ainda maior.
É perceptível na adaptação um maior tempo de tela para Aníbal (Gustavo), o sócio e melhor amigo de Fernanda. Se no primeiro capítulo, as intervenções eram pontuais e o colocavam como eixo de observação sobre os dilemas, em "Minha Vida em Marte" sua atuação é mais constante.
A escolha coloca a principal figura do filme, por vezes, em uma posição mais apagada na trama. Obviamente, para a produção, interessa a acidez tão característica de outras personas interpretadas por Gustavo. Balancear essa relação, contudo, teria tido consequências bem mais expressivas na condução dos acontecimentos da obra.
Como as ações obedecem a um roteiro compartimentado, temos a sensação de estarmos assistindo esquetes bastante semelhantes entre si. Ao tentar iluminar uma mulher repleta de inseguranças, perdemos durante a projeção muito da coragem e da força de Fernanda. O mais interessante é compreender como ela vai se livrar das dores de cabeça e ressurgir diante de um mundo em constante queda. Viajar para Nova Iorque e gastar tubos de dinheiro com várias quinquilharias ainda é muito pouco para decifrar a ideia de uma mulher em busca de superação.
Em certa medida, "Minha Vida em Marte" peca por explorar de maneira apressada tais temas. Enquanto produto, fala mais sobre amizade e como a presença de amigos é vital para superar os perrengues. No final, fica o gostinho de saber um pouco mais sobre a Marte visitada por Mônica Martelli.
*O repórter viajou à convite da produtora
Diário do Nordeste
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