Padre
Geovane Saraiva*
Fazer
com que o nosso coração seja semelhante ao coração de Jesus é a grande proposta
da Solenidade do Coração de Jesus e sua devoção. Isso nos leva à contemplação
de Jesus Cristo, que nos ensina, pela palavra e pelo testemunho, a lição de
compaixão e misericórdia. Seu coração estava em sintonia com o povo sofredor,
com predileção pelos marginalizados, pelos enfermos, pelos aflitos e pelos
pecadores.
Pensemos
em Dom Helder, talhado que foi para as coisas elevadas, possuidor que era de
uma força inabalável, na preciosa e maravilhosa utopia do reino de Deus,
contido na virtude da esperança, totalmente convertido à grande tarefa de levar
adiante a missão de Jesus de Nazaré, no convite de nos voltarmos para ele:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei;
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso
para as vossas almas” (Mt 11, 28-29).
Não
confundir nosso caminho com nosso destino, só porque carregamos conosco marcas
de turbulências e tribulações. Mas elas não indicam jamais que estamos nos
dirigindo ao pôr do Sol. Atentos à Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, nas
suas promessas, pela excessiva misericórdia e pelo amor fecundo e poderoso do
seu Coração, ao conceder a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras
de nove meses consecutivos, contritos e penitenciados, não morrerão em sua
inimizade, e nos promete, pelo seu divino coração, seguro refúgio na última
hora.
O
Sagrado Coração de Jesus é uma das três solenidades do Tempo Comum, dentro da
Liturgia da Igreja Católica, comemorada na segunda sexta-feira, após a
solenidade de Corpus Christi. Além disso, essa devoção também é cultivada pela
Igreja Católica ao longo de todas as primeiras sextas-feiras de cada mês.
Consiste na veneração ao Coração de Jesus, no mais íntimo de Seu Amor.
A
origem dessa devoção se deve à Santa Margarida Maria, uma freira da Ordem da
Visitação de Santa Maria, ordem religiosa fundada por São Francisco de Sales e
Francisca Joana de Chantal em 1610. Santa Margarida Maria de Alacoque teve
extraordinárias revelações por parte de Jesus Cristo, que a incumbiu
pessoalmente de divulgar e propagar ao mundo a piedosa devoção. Foram três as
aparições de Jesus: a primeira se deu em 27 de dezembro de 1673; a segunda, em
1674; e a terceira, em 1675.
Jesus
quer falar ao nosso coração, ao nos deixar suas promessas. Cabe a nós,
portanto, nos apropriarmos de Sua Divina Misericórdia, na comunhão reparadora
das primeiras sextas-feiras, como Ele mesmo disse, por ocasião de uma das
aparições à Santa Margarida Maria de Alacoque, na imperscrutável intensidade do
amor que Deus tem por cada um de nós. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro,
Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
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